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Brazil
Um Rei sem reino num mundo sem janelas, vivendo e mastigando a carne podre da rotina.

domingo, dezembro 30, 2007

Companhia de Sofia

Eu vim de um mundo distante...
Longe daqui, longe de tudo.
Não esperava numa tarde quente dessas...
Que a pequena Sofia viesse de seu mundo...

O meu caráter foi forjado, lá atrás.
Digo com certeza;
Não temas o mundo real...
Não vivemos num, afinal...

Não temas as pancadas da vida;
Ela vai forjando nosso coração,
Até ser só um músculo...
Não tema essa conversa.

Ela não foi premeditada...

N.S.A.

Já falei sobre pretensões?
Já falei sobre meus medos?

Sabe, sempre começo com negações...
Às vezes sem rumo, sem rima.
Penso em você e me vem aquela idéia.
De ser melhor;
De ser piegas...

Só penso em você quando estou em apuros;
Corro atrás de suas fotos.
Beijo, cheiro e clamo...

Meu clamor é falso;
Até o demônio clamaria acuado.

by my self

Continuando com meus pensamentos...
Sigo por aqui por esses dias,
Buscando o que ainda não perdi...
Sufocado, soterrado e carente.

Sempre quis ser assim?
Acho que não...
Pergunto pra mim mesmo,
E a resposta não surge...
Usaria outra palavra,
Mas estou bêbado, e pensando em você...

Tomo minha cerveja barata,
Agora quase quente pelo tempo...

sábado, dezembro 29, 2007

"Intitulável"

O mundo merece ser bom...
Onde existam pessoas boas;
Jardins floridos, crianças brincando...

Meninas eslavas que sejam felizes.
Que admirem o sorriso nunca dado...
Que sejam felizes na ternura;
Ternura essa que nunca terei.

O mundo merece seu sorriso.
O mundo merece ser bom;
Mesmo que eu não mereça...

1996

O final chegou?
Antes do dia marcado;
Você conhece meus calcanhares...
São fracos, mas já andaram muito.

Eu perdi coisas.
Naquela lanchonete velha;
Te paguei o último cachorro-quente.
Sempre comia dois.

Você foi embora, há anos...
Acabou por causa de seu novo amigo...
Não sei ao certo... Mas foi numa quarta.

Hoje somos estranhos, mas ainda lembramos de 1996.
Do ovo na cabeça...
Das noitadas numa caçada sempre vazia.

Reveillon Derradeiro

Não tenho pretensões;
Abandonei todas ontem.
Estou fraco e cansado...
Seus quadris não me confortam mais...

Preciso de uma cova rasa;
Pra depor meus pecados...
Esconder meus medos que voltaram.
Depois de um tempo, voltei a mim.

Meus planos se foram...
Junto com seu sorriso triste,
Naquele ônibus velho;Que virou na última esquina...

domingo, dezembro 23, 2007

O Censor da Gráfica

A carta abaixo foi encontrada junto ao corpo de um delegado da Polícia Civil, em março de 2001.


São Paulo, 25 de Março de 1999.

Usando sabiamente os constantes problemas de relacionamento, escrevo ao senhor Dimas Albuquerque, Editor-Chefe e um grande amigo, para comunicar à vossa pessoa que desta data em diante, não escrevo mais aos leitores do denominado jornal.
Por diversas vezes; sem sucesso, tentei me enquadrar nas regras que me foram colocadas. Ainda “jovem” no emprego (só foram dois anos de colaboração) sinto que não posso acrescentar mais nada a essa instituição.
Gostaria de sublinhar o motivo pelo qual tomei a tal decisão: nos últimos 4 meses, algumas matérias que escrevi foram devolvidas pelo “censor da gráfica”.
Um detalhe, todas elas citavam o “Eixo”.
Não me interessa o que acontece quando “eles” entram em ação, apenas me importa o fato de ainda existir censores.

Fatih Ahmed

O E.I.X.O. – Manifestações II

Um velho Fusca se aproximava lentamente... A sua lataria estava totalmente danificada, não havia conserto a ela, vários funileiros já haviam dito isso...
O veículo trafegava na rodovia, dando a impressão que passaria direto pelo Posto de Combustível que havia à margem... Num súbito movimento o motorista manobrou e estacionou.
Empoeirado e um tanto cansado, um jovem de estatura média e cabelos crespos, praguejou:
- Droga!
Ruben Rossi; um repórter “abelhudo”, na verdade ainda estava na faculdade, mas já
colaborava em alguns jornais. A sua “maior” reportagem era um artigo sobre os fenômenos atribuídos ao “eixo”.
“Jornais e revistas sensacionalistas não pregam conteúdo em suas matérias, apenas a manchete”.
Ruben havia ouvido isso de um redator e desde então o mandamento único era esse. Os tempos de primeiro ano na “facú” foram mágicos, cheio de repórteres-professores esquerdistas com suas idéias marxistas...
Uma franquia havia comprado os direitos sobre vários postos naquele trecho da Rondon. Apesar da rodovia estar em péssimas condições, a conveniência era muito sofisticada, com revenda de pneus, peças e borracharias de primeiro mundo, uma grande ironia.
Uma bela frentista veio em sua direção:
- Bom dia, em que podemos ajudar?
- Sim, um jornal e R$ 40,00 de gasolina.
- O jornal o senhor pode pegar ai na banca, por favor?
Ruben mal reparou na moça, mas quando ela caminhava em direção à bomba, notou os belos quadris. Estava atordoado. Passou a noite dirigindo; necessitava de uma cama.
Como era de praxe, preferiu um jornal “alternativo” a um “grande”. A manchete era categórica: “Ali Bassir: Morte ou Assassinato? – Crime choca SC”.
Após uma breve leitura, bebeu um pouco de café e tomou estrada...
“O que será isso? Meu Deus, às vezes tenho medo de não estar mechendo com uma quadrilha... Dê-me forças para ir fundo nisso. Temo acabar como os outros...”
A partir de um ponto, uns 10 km após o posto a rodovia se tornou movimentada... alguns caminhões cruzaram com o velho fusca. O jovem repórter se corroia de medo. Afinal era o único momento em que poderia mostrar-se com medo e frágil. Um repórter investigativo não teme ameaças, nem desafios...
A necessidade de ser aguerrido era constante, tanto que na última semana havia colocado em uma matéria o título: “E.I.X.O. VENHA ME PEGAR”. Já eram 20 mortes atribuídas à “quadrilha” e ele não queria ser mais um.
Sintonizou o rádio e ouvia uma música sertaneja, não se lembrava quem era o cantor, mas isso não importava... Mais uma daquelas histórias de traição. Olhando pro velocímetro via os 110 km/hora que o carro ia.
Á diante alguns motoristas tentavam ultrapassagens, e no rádio o locutor oferecia uma canção:
“Essa vai pro menino medroso que se escondia atrás de que acreditava em Alá...”
Ruben pisou imediatamente nos freios, mas não teve respostas...

(Continua)

terça-feira, dezembro 18, 2007

Plano B

Certas coisas me atormentam;
Aquela brisa me dá calafrios...
Preciso ir embora, descansar.
Minha cabeça dói, talvez 30 gotas...

Vejo todos que me cercam...
Vejo de quem eu fujo;
Talvez eu tenha logo a resposta;
Talvez eu perca meu caráter.

Só preciso de colo;
Colo de mãe, entende?
Quero dormir e acordar depois...
Andar livre; sem medo...

Quando passar tudo isso...
Venha me visitar...

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Good Times

Sei do tempo que tenho...
(...) ele já se foi...
Tive bons tempos...
Mas isso foi num tempo passado.

Não sei quanto tempo tenho...
Mas sei que falta pouco.
Pouco pra eu entrar na realidade;
Sair desse sonho bom...
Desse sonho branco, tão macio...

Saio feliz, volto pra minha trilha;
Que não é tão ruim....
Mas caminha comigo.
Para o fim, que logo vem me curar.

1x0

Seus olhos não brilham mais;
Não seguem mais a luz...
Nosso jantar é silencioso...
Nossas tardes passam em branco;

Ontem à noite eu pensava...
No “Futuro bom" de antes...
Nos campos floridos...
Nos planos da tarde...

As reticências me perseguem;
Não vou insistir mais;
Temo perder, é porque estou perdendo.
Não vou temer a derrota em si;
Chega disso tudo;
Meus lamentos falsos não podem persistir.

Nessa busca idiota que começou a esmo...

Auto-Espancamento

Bom saber disso...
Saber do encosto que represento...
Não pedi isso a você.
Mas insisti até 15 minutos atrás.
Carrego meus tropeços numa mochila térmica.

Aquele calor da ante-sala;
Eu lá esperando a espada.
Com seu gume ácido...
Livrando-me das minhas entranhas.

Não temo mais um demônio.
Afinal fui eu quem o criou.
Na minha cabeça podre (mais uma vez)
Meu gosto pela caneta havia voltado;
Depois de um tempo de ternura.

Meu hálito voltou a feder;
Já não sou mais belo como antes...
Meus intestinos não funcionam mais;
Minha úlcera me consome...

É bom, ver que não mudei um milímetro.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Devaneios mais Belos

Quando meu amor chegar,
Estarei esperando...
Na beira do mar.
Um sorriso teu;
Um aconchego doce...

Não sentirei tanta dor.
Num entardecer vermelho...
Talvez um dia;
O sol vá se por pra você antes mim...
Mas não temo cuidar de um jardim.

Quando meu amor se for;
Eu chorarei sim;
Na beira do mar.
Lágrimas cair, eu deixarei.

Não falo de tristeza aqui.
Falo do que você entenderá...

100 dias depois

Lembro daquela manhã;
Como se fosse essa....
Eu prepotente, e você antipática...
Uma conversa áspera por alguns minutos.

Bastou meia dúzia de palavras,
E meus planos caíram por terra;
Acho que o sublime disso tudo,
Vem daquela manhã...
Não sei o que buscava ao certo,
Mas na mesma tarde, via o meu acerto...

Você com seus cabelos lindos....
Essa elegância adocicada;
Tudo o que há de bom.

Acho que falei em 100 dias,
Como se pudesse programar meu coração...
E conquistar o teu...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

O Único Lamento

Não vou falar de meus medos...
Concordo que há um cansaço coletivo nisso;
Em falar e em ouvir.
Chega de choros reprimidos.
De sonhos que não foram.

Prometi sorrir mais;
Mas meu fim de semana foi...

Não sei onde vamos...
Se alcançaremos aqueles planos;
Feitos em momento tão ímpar.
Sinceramente não sei;
Se meus hábitos te repelem;

Pode ter sido a meia furada;
Ou alguma coisa que fiz...
Mas meu fim de semana foi tão...
Pode ser algo da minha cabeça podre.

Acredito mais nessa opção.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

(Possível) Perda

Essa (possível) perda, não posso lamentar...
Eu cresci, não posso chorar mais....
Devo mostrar força, e você quer ver isso...
Precisa de proteção...

Homem não chora, ou se esforça pra segurar...
Tento ser o melhor que nunca fui...
Naquele dia, me senti orgulhoso;
E isso foi bom.

Não vou te perder, jamais.
Não vou te esquecer, não posso.
Preciso de sua pele alva...
Macia e adocicada.

Posso falar que é Amor.
O mais puro e cafona Amor.
Mas não vou te perder...
Isso não depende de ti.

O que sinto, te faz viva aqui dentro...
Sei que nosso tempo é diferente...
Mas podemos passar um tempo juntos...
A vida pode separar corpos;
Mas não corações...

Posso falar que Amor.
Aquele Amor de algodão doce...
Que anda pelos parques....
Que faz caminhada pelas manhãs....

Mas não vou te perder...

Por volta das 15:00 horas

Pensei que havia dito tudo...
Que tivesse me explanado sobre nós;
Feito todas as perguntas...
Mas não aproveitei pra nada disso...

Estava tão ocupado em desvendar seus olhos;
Em cuidar do teu cabelo bom...

Eu também tive vontade...
De chorar junto com você;
De ficar mais um pouco...

Seus olhos apaixonados, me olhavam...
Informavam da loucura mútua;
Do que enfrentaríamos fora dali.
Seu gosto doce, ainda na minha boca...
Me desperta para um novo dia.

Um dia ensolarado, um dia de Paz...
Naquela tarde, eu estava nu de meus pecados...
Nu do que há de ruim;
Esperando apenas ser bem cuidado...

Falei do menino, da Santa...
Daquele escapulário...