Quem sou eu

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Brazil
Um Rei sem reino num mundo sem janelas, vivendo e mastigando a carne podre da rotina.

sexta-feira, março 30, 2012

O Menino e a Flor

Se está errado,
É por ali que vai.
Se for sério,
É por aqui que foram,

Menino bobo que sonha,
Conversas florescem,
Povoam as noites,
A flor não adormece.

O menino, a flor.
Não se viram,
Vivem o amor,
Esquecem da dor,

Podem ser, podem ver
A flor adormece,
O menino acorda,
A noite amanhece.

quarta-feira, março 21, 2012

um texto de 1998

sinto sua falta,
deve ser amor.
não quero ser invasivo,
não quero sentir dor.
quero você aqui,
seja como for.
aceito seus pássaros,
seus gatos,
suas marcas,
eu acho que é amor.

5 ou 7?

Eu não tenho mais tempo,
Perdi seus desenhos,
Pássaros ocultos, suas asas quebradas,
Conheço tanto e tão pouco,
Você está aí,
Está feliz?
Não me faça segredos,
Não me deixe cair.

quinta-feira, março 31, 2011

dois minutos e cinquenta e seis segundos

são paisagens,

meus sentimentos podres,

mentirosos (fracos),

engano aqui, engano ali,

mas eu os sinto…

aprendi novos truques,

que eu nem te conto.

bailando


foge de todos, não aceita o amor,

convive com a dor,

seja qual for,

morena de cachos,

enlouquece os machos,

deitada na rede,

escolhe seus alvos.

quinta-feira, março 17, 2011

500 mg




Vazio por dentro; podre de solidão,
Um morto vivendo em aparelhos,
Mas livre de ti no meu coração,

Vá embora ou leve seus vestidos,
Só me deixe apodrecer,
E longe do teu colo,
Perecer...

terça-feira, março 15, 2011

Ao meu amigo morto





Mesa imunda de bar,
Lascas soltas, umidade no ar.
Eu tenho curativo,
Mas não posso emprestar,

(...)
Trouxe a doença pra cá,
Fidel sangra, mas não posso ajudar,
Rastejo ao seu lado,
Estamos mortos e não há...
Como a vingança vingar.

segunda-feira, março 14, 2011

À Barra da Morena

Morena sentada na barra,
Me chama de vida,
Pede respeito,
De qualquer outro jeito,
Eu seria refém,
Na barra da saia,
Justa sem causa,
Manda no mundo,
Me chama

de puto,

Morena de saia no banco,
Ainda me espera?

sábado, fevereiro 19, 2011

não "me" salve

A ilusão me afastou da margem,
Mas não sei nadar,
E só agora descobri,
Olhei adiante sem pensar,
E não há escolha,
Até minha força acabar.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

nº17

janeiro é assim,
levando os seus pedaços de mim,
preparando para o fim.
com o cheiro cafona de jasmim,
deixando apenas os versos ruins,

janeiro foi assim.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Invicto

todo dia,
uma chance,
de causar o inferno no céu,
de salvar o diabo da cruz,

todo dia,
a última chance,
até o fim tentando,
até fim de todo dia,

que recomeça,
sem você perto,
odiando me amar,
esquecendo devagar,

todo dia eu tento,
todo dia eu venço,
todo dia eu perco,


você...

meu mirante

fui em muitos mundos,
realidades de doer,
em todos eu fui azedo,
viajei no tempo,
no espaço que deixou,
reduzindo a distância,
como se escolhesse a felicidade a dedo,
como se eu fosse o flagelo,
você seria a bonança.


viagens vazias,


esteve sempre aqui,
ou aí,
perto...
longe...
em pedaços que não sei juntar.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Longe

nada me importa no rio,
as pedras bonitas,
a gente feliz,


as morenas nas calçadas,
nada me importa,
o balanço do mar, a massa de duas cores...
nada me importa; a tal lapa,
a mansão e seus índices...


nem os amigos que eu possa ter aí,
nada me importa...
tudo isso sem você,
é o que eu sou hoje...


morto e vazio, pois nada me importa no rio.

terça-feira, dezembro 21, 2010

podridão

Abro mão desse mar,
Nenhuma pá me guiará,
Não precisarei do seu remo
Quando a água me levar,
Quando o meu fel estourar.

Abro mão do horizonte,
Nenhum sol pode me curar,
Não preciso do seu abraço quente,
Quando o câncer despertar.

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Casal Maior

Jogo com as regras que fiz,
Não há chance de azar,
Faço a sorte na próxima mão,
O diabo tenta me cuidar,
Sou o pé do baralho;
E ele não vai me ganhar...

paulo está feliz enquanto eu me afogo num balde

Perdi almas e sorrisos.
Pra terra molhada ou naquele trem,
Passa o tempo; não há luz adiante,
No meu rastro só as costas,
Todos caminham pra longe,
Não sou eu que ando;
É o mundo que me esqueceu...

Cavei fundo até os meus ossos,
Tudo acabou/ o tempo passou.

quinta-feira, novembro 18, 2010

Estágio Terminal

não posso tentar,
nadar nesse mar,
um tiro apenas,
sem desvios.

não pulo do barco,
sem antes remar,
mas não sei nadar,
nesse amargo mar,

pulo na água,
já sabendo o fim que terá.

Estágio Terminal

não posso tentar,
nadar nesse mar,
um tiro apenas,
sem desvios.

não pulo do barco,
sem antes remar,
mas não sei nadar,
nesse amargo mar,

pulo na água,
já sabendo o fim que terá.

domingo, novembro 07, 2010

Recado para o Diabo

O sol bonito vai caindo,
Abrindo espaços à brisa sagaz,
Que levanta varais; folhas secas,
O verde desbotado do fim,
Sufoca qualquer sentido,
Amanhã ninguém sabe,


Alguém usando capuz,
Olhando pra mim.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Água Suja

cada vez mais soterrado,
no vazio da covardia,
caindo aos pedaços, em pedaços,
cada vez mais longe dessa baía.
perseguições de 95,
perdendo pra eles,
desabando em agonia.

sexta-feira, outubro 29, 2010

Vou Morrer Longe De Você E Dos Seus Amigos

Me matarei nas lembranças,
Nas coisas que não sei falar.
Em falsos retratos dentro do nada,
Seu colo (não) vai me curar.

quarta-feira, outubro 27, 2010

Apodrecendo

não acordei bem,
as dores que me cercam não doem tanto,
te vi lá fora, indo embora.
não levou bagagens, levou lembranças.

deixei de ser aquele homem,
ruim em tudo o que faço,
não causo mais sonhos,
nulo como antes,
sou o flagelo do fracasso.

vi você partindo,
ao longe sem pena sentir,
amarrado, eu não pude insistir,

vi você partindo,
seus amigos te guardavam,
conformado com tantas dores,
sou o flagelo do fracasso.

sou a mesma coisa de antes,
mas não sou mais uma coisa sua.

terça-feira, outubro 26, 2010

Ex-clarecido

Descobri a realidade cruel,
Mais do que entendia,
Mais do que esperava,
Meus versos ruins romperam a janela,
Além das varandas causaram feridas,
Tão falsas quanto meu amor prometido,
Ecos de dores e iras,
Na cidade sou a vadia,
Falsa alvorada; doença curada.
Saio de cena e não vejo as pedras.

domingo, outubro 24, 2010

Minha Pedra (Seus Ombros)

Marcas invadem a minha calça,
Beleza sem caução, sempre ali ao dispor,
O nosso tempo não existe,

Noites que ainda estão aqui,
Seus ombros por baixo de tanto medo,
Abaixo do que é a verdade,
Esses olhos tristes vão sorrir,
Deixa que isso eu acerto,

Dores no peito não!
Falo de algo além.
Malícia?
Palavra errada e longe do que busca.

terça-feira, outubro 19, 2010

Prioridade

Gosto de você, tenho raiva eu sei.
Penso em não te procurar mais, mas no final...
É uma frescura, coisa de casal.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Quebrado

Vejo o mundo longe do cais,
Perdi a sua hora, parei no tempo,
O próximo não deve zarpar,
Poucas ondas nesse mar,
Talvez com um sinal de luz,
Uma mensagem o faria voltar?

Perdi muito tempo no bar,
Ouvi os chamados, os avisos.
Já é tarde para lamentar.
Empurrei essa vida demais,
Descansar antes de recomeçar.

sábado, outubro 16, 2010

Nós e O Mar

Estava na calçada,
Sentado no banco azul eu te vi caminhando, pensando nele...
Vi mais do que pensava ver, o meu futuro ao seu lado,
Você pisando no mar e de longe arrumando sua vida,
Para ficar perto da minha.
Vi seu sorriso de longe e me senti feliz...
Logo senti o seu abraço,
Eu acordei de mais sonhos,

Ainda na calçada; perto do mar.
Mais perto agora, sentindo o seu cheiro.
Poderia tocar e o medo de quebrar,
Me fez voltar de sonhos esquecidos.
Me fez acordar e ver o que espero
Que quero,
Não estou arruinado, não estamos em ruínas...
Ainda está longe começo e já passamos pelo fim,
Hoje eu tenho coragem pra sonhar.



Mais uma parceria com a @CarenFonseca

Fodas Alternativas

Ela quer comprar coisas,
Eu quero mais 5 minutos,
Longe dos seus desejos e perto.
Não falo de ternuras,
Sou assim por dentro.
Lado mais fraco dessa caveira.
Em cada esquina uma esquina,
Em cada papel o seu endereço,
Afogado em prantos falsos.
Eu não presto mais pra vocês.

domingo, outubro 10, 2010

Me Mostre O Caminho

Domingo à tarde...
Pendentes, por cima de outras prioridades.
Só perguntas e cobranças,
Eu conheço o caminho, não cobre amor.
Limitado como tudo por aqui.
Senta do meu lado e seja minha.
Cobre um amor sem limites,
Eu posso ser “ele” nessa rodada.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Tudo o que posso querer num Verso Cafona

Não teria problema
O seu corpo cheiroso
Nesse peito dormir
Não haveria impostos
Sobre o amor existir
Os quadris que eu quero
Na posição de antes
A satisfação que espero

terça-feira, outubro 05, 2010

o tudo sobre o nada

Infelizmente eu não tenho nada pra dizer,
Nada como sempre; como ontem; como amanhã!
Infelizmente não cessou o meu sofrimento,
O meu lamento eterno sobre o que você conhece,

Duas horas antes era amor,
Agora é maior que isso.
O último grande momento será seus pés no mar,
Enfim eu terei vencido a guerra.

sábado, outubro 02, 2010

Pouco Mais De Dez Horas

O vento fez a curva na última parada,
Longe de você, mas ainda posso ver,
A varanda já distante,
Sentada e longe de mim.
Mais uma pedra no caminho,
Mais um medo por destruir.

O vento já não passa por aqui,
Longe do fim; ele leva as folhas da varanda.
Não te vejo mais com a vista do ciúme,
Tudo é terrível agora.

sexta-feira, outubro 01, 2010

Perdendo

Eu ainda aqui tentando entender,
Tentando olhar mais ao fundo da varanda;
Sempre de manhã é aquela lamentação,
Tão minha tão perto.
Eu ainda vou entender; lamentar.
Não sorria mais na minha direção.

domingo, setembro 19, 2010

Monomania

Sem ensaios;
Guardo comigo a primeira simpatia – (aquela à moda antiga.)
Assim a distância vai se digerindo paulatinamente...
O comum e o trivial ensurdecem minhas reflexões, deixando-as presas em mim; Aguardando formas criativas de liberdade. A atenção dispensada foi indispensável... Redescobrir inevitável!
Pequeno sonho amitié amoureuse inocente...
Sinto ao ver o antagonismo que cerca esse momento – mesmo assim o desejo e o admiro subversivamente!
Como se escrever salvasse vidas, e a minha é uma delas.

Propriedade de Nidy Gomes.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Carencia Sem Acento

Eu já tentei ser jovem assim:
Proferir tantas demandas sobre o infinito,
Eu já tentei ler essas estampas,
De maneiras nem sempre nobres;
Vulgares, às vezes escondido de você.

Guardo algumas passagens,
Não reprima a minha visão,
Vejo o que quero ver. Vejo essa juventude.
Guardo os seus joelhos em algum lugar.

Pronta aqui para qualquer impressão.
Essas estampas ainda estarão...

Perto...

Um dia desses

Levo mais que um sorriso no bolso,
Levo duas ou três desculpas...
Daquelas que estavam sobre a mesa.
Levo um único tiro na manga,
A chance capital de tomar o seu lado.

Esse verde não chegará aqui.
Essa Morena só existe na janela.
Jamais acenou! Jamais me olhou

quarta-feira, setembro 08, 2010

Ela na Varanda.; Você no retrato.

Não serei mensageiro de boas novas;
Nem de boas vindas...
Apegos que me transmitam dor;
Viagem ao passado que me corta.
Jamais pensei nisso.


Ninguém jamais mereceu seus olhos cor de mel;
Seu toque avivador, seu cheiro de Jasmim...
Não vou recolher lágrimas, não serei o herói necessário.
Só mais um covarde, mas que fugirá de você.


Suas estampas e lábios...
Esse colo; jamais meu.
Coxas do diabo que me chamam,
Não viverei a sua vida.
Fugirei sim!


Fugirei dos teus encantos;
Das tuas formas loucas de me conquistar.
Dos teus olhares que me armam e me levam até você...
Serei covarde... Onde possa viver melhor.


Sociedade com Caren Fonseca. @CarenFonseca

É Sempre a Mesma Mulher Dentro da Minha Cabeça

Guarde pra mim o primeiro sorriso,
Guarde junto com o seu corpo nu,
Com aquele vestido fino; aquela rosa no cabelo...


Sou piegas e o meu amor é infinito.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Sempre Você

Eu vejo mais luz iluminando,
Minhas redundâncias patéticas...
Sou o herói e não salvei a minha pele.
Cinco anos que te sigo; sem alvo.

Eu vejo mais janelas, mais luz em você.
Apago e planejo todas as noites o golpe.
Você com esse sorriso que me irrita.
Me esperando na sua janela,
Com suas tranças pequenas.

sexta-feira, agosto 06, 2010

Para o meu (seu) amor

Hoje na noite vou te raptar...
Levar para um lugar longe de tudo,
E os seus medos vou lá deixar,
Me cansei das palavras fáceis.
Você me conheceu mas eu sou outro agora.

Peço o dia todo, para ser hoje aquele dia.
Quero que você seja a Maria do meu bairro,
Um quasar infinito.

sexta-feira, julho 30, 2010

A (Minha) Maria

A separação que temo é aquela de manhã,
Embaixo dos sonhos; antes de ir pro trabalho.
Eu só tenho uma chance no meio da neblina,
Poucas e poucas horas e aquela carta que não fica mais na manga.

Todos por lá já sabem e esperam pelo momento.

Isso não me matará.
A queda será muito adiante e sem brilho.

sexta-feira, julho 16, 2010

Ela Não Me Respondeu Ainda

Passei uma garrafa de café;
Forte e sem açúcar, meu caminho é curto.
Vamos ver juntos onde eu consigo?
Lá fora só pedidos; ninguém se doa.
Todos querendo enganar o tempo.
Mesmo sem pedir, mesmo sem poder.

A goteira que ainda não esgotei.
Me chama todas as noites para o sarau.
Embaixo de tudo eu tento te achar.

terça-feira, julho 13, 2010

Legítimo Ataque

Sempre o mesmo golpe com os mesmos métodos.
O fluxo que leva meus detritos;
Instintos que jamais interpretará;
Com sua trena dos sentimentos.
Não leia minhas anotações,
Posso fazer-te chorar; posso parar o seu coração.

Sempre o mesmo golpe!
Na têmpora e sem muito sangue...

segunda-feira, julho 12, 2010

Revolta

Fala dos seus encontros como se aqui ninguém sofresse.
Meu limite se foi lá atrás.
Você precisa só de ouvidos?
Eu só faço ouvir.
As paredes estão sujas,
Algo vermelho e doce; mas eu nem estava aqui.
Só você e seus encontros.
Minhas mãos sujas lhe apontam a porta.

segunda-feira, julho 05, 2010

Escolhas

Seus braços entre as ondas;
Olhei por todo lado, por cima e embaixo do tapete.
Barco virado... Dois ou três metros adiante.
Evite qualquer corda que eu jogar.
Não espere um bom homem de levante.

sexta-feira, julho 02, 2010

Ranço

Na próxima janela você sai;
Na próxima parada você salta;
Não me force mais prazos, vou descansar de ti;
Eu sei das flores que recebe...
Sei do sorriso escondido;
Vamos dar alento ao espaço e aproveitar a corrida;
Nada embaixo do meu chapéu;
Pode convencer do extremo;
Esse gosto ninguém terá.

terça-feira, junho 08, 2010

3ª Tentativa

A corrida não tem vencedor, não há razão para a nossa tristeza.
Uma porta de vidro logo ali, tudo fácil como a vida aos trinta.
Dê-me uma luz de esperança, levante uma bandeira.
Espero aqui qualquer sinal que eu posso vencer e posso estar aí.

O nosso tempo ainda não passou.
Não quero frutos; quero flores.
Quero poder pensar em perder você;
Quero sofrer junto com você.

Não estoure os meus balões.

sexta-feira, abril 23, 2010

O E.I.X.O. – 45

“O que vem abaixo não se trata de um relato ou de uma história inventada. É apenas um breve futuro.
Quando foram desenterradas as três caixas, nada antes daquilo fora um dado relevante ou algum fato que merecesse atenção das autoridades. O acidente e suas conseqüências foram marcados com a inscrição “pgb”, catalogados e depositados nos arquivos do DIAME em Brasília. Como é do conhecimento, oficialmente esse departamento não existe muito menos os fatos que levaram a sua criação em dezembro de 1996.
Muitos incidentes desde então tiram o sono do pessoal da Brasília, vários agentes da ABIN foram mortos nas proximidades, assim como os policiais militares que simplesmente sumiram no mapa. Foram muitas as explicações do então presidente FHC, mas em meio aos escândalos, tudo nesse país se torna irrelevante em alguns dias. O maníaco de Luziânia teve sua conta acrescida em três homicídios. Queriam um culpado, queriam providências e elas foram tomadas, mesmo que de foram genérica.
Nunca mais perguntarão por fatos ligados ao E.I.X.O., até mesmo pelo fato dessa sigla ter sido banida desse país antes mesmo de ser inventada.
Quem ler isso terá a chance de um novo futuro. Um novo caminho para a verdade absoluta. “

21 de Novembro de 2010.
- O que você acha disso, Celso?
- Não acho nada... Deveríamos deixar isso pra lá.
- Estranho essa carta chegar até nós, poderiam enviá-la pra qualquer lugar...
- Sim! Mas mandaram pra cá. E devemos esquecer isso, já é Réveillon e nem deveríamos estar aqui. Vou pra casa, quero beber e comer aquele pernil que a Selma vai preparar.
- Tudo bem! Abraço e feliz ano novo... Vou desligar o telefone.
- Ok! Feliz ano novo, Valdo. Um feliz 89 para todos nós...

terça-feira, abril 13, 2010

Número de Série

Te mando flores todas as tardes;
Com pedidos piegas,
Vamos combinar mais pistas,
Sem razões e sem motivos,
Te mando meu peito aberto,
Amor banho-maria.

segunda-feira, abril 05, 2010

Seus Méritos

Eu posso, eu posso sentir falta.
Me dou todos os direitos;
Eu tento muitas coisas,
Mas sou ruim de mira.
A pressão de antes, o seu hálito de cigarro barato.
Tudo me falta, me mata nas tardes.
“Ainda?” Não diria isso.
Te perdi antes de tudo,
Tudo o que mirei e errei.
Tudo o que toquei e matei

sexta-feira, março 26, 2010

A Queda de Fidel

Foram tantos os alarmes, as horas que juntos contamos...
Contei muitas coisas, minhas máscaras, meus falsos destinos.
Vesti mantos antes malditos, fui aquele cara.

Não li a carta, mas vi no envelope que era sua.
Vou por aqui, para novas janelas que abrirão.
Meu reino não ruiu, tenho a mesma base de todas as tardes.
O mestre, o menino e o falso profeta.
Minha dor é morena e almiscarada.

domingo, fevereiro 28, 2010

16ª pergunta

Não conseguirei te proteger na chuva,
Nas ladeiras dessa vida ruim.
As estações querem novas pedras,
Deixe a cruz, deixe a dor ir embora.

Guardo algo que não pediu,
Algo que não posso ter hoje,
Com tantas perguntas, descobri que o sol;
Sorriu pra mim, enquanto eu fechava as janelas.
O que quero dizer, não posso sentir.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Imagens que me...

Ainda vejo a sua beleza, de listras;
De decotes morenos;
Não me faça isso; já se foram todos;
Esses retratos buscam a minha dor...
Você usa quadros em vão, quadros perdidos...
Não conseguirá nada, nem com seu sorriso claro.
Fico por aqui sem cair em seus laços,
Não posso mais sofrer, nem escrever “não”.

domingo, janeiro 31, 2010

A Próxima Saída Não É A Última

São as mesmas cruzes que falei antes.
Sangue seco, da semana passada.
Não tente, não olhe. Nem suas são;
Não lamente os portos que não atracou...

Quando for a ela, fale dos anos.
Fale das perdas que te contaram,
Das flores que levou, das dúvidas que enterrou.
Da história da sua vida até essa noite fria.
Ainda assim não sofrerá.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Um Dia Como O De Ontem

Tudo bem eu seus pedidos...
Tudo certo em seus lamentos,
Não peça o que eu faço por fazer;
As festas não foram boas?
Tigela vazia, o fundo que todos olham.

Pular seus muros, eu não posso por aqui...
Amar em silêncio, não vai me comprometer.
Chorar por vendas, por tipóias azuis...
Venha pra mim abismo, sem planos...

Sem amanhã.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Ocultação

O almíscar viaja com a brisa...
Exala de lá, como se pedisse ajuda;
Me observando para depois do jantar.
Mandando sinais abafados pela carniça;
Aqui dentro o ovo fritando; Nosso café amor...
Seu corpo se vai... O retrato na mesma parede;
Mostra a minha loucura...

quinta-feira, dezembro 17, 2009

A Saudade Que Vou Sentir

Sentiu aquela brisa batendo na porta?
Entra pela fresta, refresca o nosso canto...
Não se revele tarde demais, não temos o mundo nas mãos;
Temos as mãos amarradas.
Sente minha mão na sua?
Não te vi florida, sei o quão bonito deveria ser.
Ainda me cativa, mesmo eu não querendo.
Fala das reuniões; De seus dias distantes.
Pede em segredo coisas que não devo fazer.
Pede novas cartas para guardar em seu bolso.
Desabrocha.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Na Parede

Batom vermelho não me ilude.
Tão longe de onde queria estar...
Ladrilhos beges, em xadrez...
Suas jogadas não cessam meu avanço.
Unhas bem feitas podem me distrair,
Não quero dançar, nem me enganar.
Olhar baixo de quem ataca,
Pelas costas? No abaixar das armas...

terça-feira, dezembro 15, 2009

Os Métodos de Alan Robert

Corta a navalha, cega a doce criança...
Planta a discórdia entre canteiros.
Serra as pernas, encaixota seus sonhos...
Mãos cortadas... Mãos aplaudem.
Na terra dos ventos, a falta da Morena do sul.
Canta por bandas sem tom,
Corre por mares sem cor,
Seus cabelos azuis marcam o prefácio.

domingo, dezembro 13, 2009

Baixo

Espera que as flores fiquem como estão?
Espera por coisas na janela, coisas que não virão.
As mesmas paradas... O mesmo final após a baliza.
O estandarte amarelado...

O tempo lhe cobrou aqueles dois anos?
Pendurada na parede junto ao balcão bordô.
Sem força pra remar escorada lá fora;
Seca e amarga como o mundo em que mergulhou.
Cava pro fundo, se acaba, se esvaire.

sábado, dezembro 12, 2009

Afago

Tudo é muito cru e ainda corre dor daí.
Não vou medir nem calcular o teu pesar.
Essa saudade vai passar, agora ou mais tarde.
Sem rimas, nem precedentes de “um sorriso voltar”.
É bom mentir e fingir.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Samba do Desespero

Com o rabo entre as pernas,
Pedindo ajuda no atacado.
Sujo e tolo... Morto e vivo.
Pelas frestas; marginal sem dó.
Estenda Vossa mão, atenda mais um...
Poderia mudar, e não rimar com só.
Muitas chamas nos iluminam.
Acredito em Você. Quando preciso.

Perpétua

As velas se apagam, ao passar do vento.
Bendita dor, maldita flor...
Naquela caixa; meus sonhos, minha índole.
Apodrecem em algumas horas... Sem mais.
Vocês todas, todas juntas... Combinaram tudo,
Várias prendas, várias doses...
Vadias apaixonadas, entregues ao léu...
Mastigam o fel, acreditam no falso véu.
Naquela caixa, a minha pena está.
Condenado sem provas, antes mesmo de qualquer crime.

fraco frasco

Não me cobre pelo tempo longe;
Nem pelos dias em claro, por suas tranças cortadas.
Não lhe devo mais explicações; versões.
Não sonhe comigo a desferir facadas...
Não me procure com aquele vestido.
Florido como o diabo.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Catálogos

Doce e singela sombra das trevas,
Carnificina direta na carne...
Pele morena; cheirosa.
O gume nas entranhas...
Tiro dele, o que não fora meu...

Suas fotos penduradas,
Grampos enferrujados... Imundos.
O dourado não é nobre,
Meus motivos são os mesmos.
Aquele vestido tingido.

P.T.

Explanei uma coisa... Já empoeirada.
Meu tempo se existiu, passou.
Dispensei meus santos... Meus joelhos cansados.
Nosso amor morreu há tempos...

Suas fotos nas vitrines, a chuva leva...
Muito mais que a tinta da minha calça,
Muitos mais que o resto de dignidade.
Não condene meus dramas.

Explanei uma coisa, mas você se esqueceu.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Mea culpa nº 2100

Anos de destruição, nós esperamos.
Datas grifadas no calendário;
Temi tantas coisas, por tanto tempo.
Meus medos sem sentido.
Ainda não creio numa volta.
Ainda lamento aquela noite.
Estou enterrado contigo.
Morto por dentro. Dilacerado, sozinho.
Mais uma vez, essa passagem eu cito.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Pó de Giz


linda como uma facada no peito...
a morena me olhando, sorrindo com minhas convulsões...
quadris largos, de parideira...
doce vadia, canta a canção...

quarta-feira, setembro 23, 2009

eu tinha uma morena

Meu querer bem, meu amor insólito...
Não quebra nos rochedos igual o mar,
Avança pela praia, por suas coxas.
Mesmo que não esteja a me olhar.


Minhas vontades sufocadas, voam alto.
Pra longe da esquina; da rua de baixo...
Meu amor, minha Morena caracol...
Voa pra mim, balançando seus cachos.

As ondas não param no pier, por ele deslizam...
Meus desejos não cessam aqui,
Estou indo ao teu encontro...

quinta-feira, setembro 17, 2009

A. F. Q. T. Chá

Conta a história que era assim;
Nos bares, nas varandas... Sempre...
Mãos no queixo, vestidos floridos.
Olhando os outros, acolhendo estranhos.
Seus sorrisos vermelhos, ensolarados.

A fraqueza (minha), visível nos quadros.
Ainda assim, remo. Sigo a seta ao abismo.

domingo, setembro 13, 2009

Ana e Hilda

A morenice me abandonou;
Foi para o mar, de lá ela é...
Sugou meu amor; se foi...
Morena de lentes, avista tudo e todos...
Meiga comigo, mas se foi...
Não espero mais no portão,
Ninguém dobrará a esquina,
Só deixou o espaço;
Só o buraco dentro de mim...

segunda-feira, setembro 07, 2009

263 ORGASMOS

Tantos cabelos, tantas mulheres...
Não choram por crápulas.
Estão em elevadores, pelas ruas; nos bares...
Procuro palavras, ações pra definir...


Tantas cartas trocadas...
Ainda um medo por aqui,
Tantas coisas, tantos dedos...
Quero cuidar de alguém,
Que aqui não está...
Longe do meu mundo, do meu reino.


Não estou em suas gavetas,
Não estou mais só, aqui...
Corro por fora, para chegar ao pote...
Aos cabelos brancos que ali na esquina me esperam.

domingo, setembro 06, 2009

22:50

Estou aqui, pensando coisas.
Não vou avisar, nem premeditar.
Seu domingo foi ruim?
Tente me assustar, não vou embora.
Leia a bula antes,
Sua doçura sufoca o féu.
O andar desinibido; As idas ao mercado.

sexta-feira, setembro 04, 2009

Mãos Atadas

Não acredite em mim...
Sempre é com negação,
Mas é só assim que consigo vomitar...
Essas falas falsas do coração.


A sigo pelas ruas, a cada esquina me escondo.
Do que planejo lá adiante,
Vendo seus livros, sua mochila pink...
Esperando uma brecha,
Pra uma abordagem infante,


Doses de Blues, nas tardes distantes;
Não durmo mais, não sinto mais...
Vai me emprestar seu Kerouac?
É a desculpa que preciso,
Pra sentir seu hálito tão perto.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Vontade de te esquartejar enquanto Cantrell sola

Um tiro no ouvido, resolveria tudo?
Um pano limpo... Vermelho, ali no chão...

Branca; lésbica.
Levou tudo dele...
Suas moderações, seus moderadores.

Não como mais defuntos,
Estou limpo há duas semanas.

domingo, agosto 30, 2009

Geraldo

Augusto seguia firme em suas metas para o ano novo; a lista de sempre no armário da cozinha. A semana estava difícil; problemas no trabalho, intimações cobrando comparecimentos, contas atrasadas, a energia estava por um fio literalmente.
Não era a vida esperada por alguém que anos antes era bem cotado em todos os “setores” da vida, como ele mesmo falava. A louça em cima da pia, alguns restos de marmitas pela mesa, um pé de sapato ali, outro aqui... Homens geralmente são desorganizados, contrários a faxinas, vassouras...

(...)

Descendo aquelas escadas úmidas, quase escorregou na afobação de um encontro depois de anos-luz de solidão.
Não esperava por alguém tão jovem, ela não aparentava mais de 22 anos, estava sentada, folheando um guia de tv a cabo... Cabelos ora pretos, ora castanhos na altura dos ombros, pele sardenta...
Augusto se aproximou rodeando o banco e pensando o que falar:
- Olá! Acho que você é a... – Num instante, fora interrompido:
- Sim, sou a Sabrina... Como vai você?
- Pra falar a verdade, meio confuso com essa situação.
A “situação” em si era complicada, uma moça mais jovem, um problema a ser resolvido, além de uma atração mútua no ar, no entendimento dele é claro. Sabrina não era o tipo “gostosa”, mas possuía um charme incomum, era de altura média, bochechas vermelhas, unhas bem feitas, vestia calça jeans surrada e uma jaqueta preta com camiseta branca por baixo, trazia consigo uma mochila em tons de cor militar.
- Te entendo Geraldo, o problema é que também sou vítima dessa situação, como você mesmo chamou o problema.
- Não tô jogando a culpa em você, mas você sabe né...
- Sabe o quê?
- Te conheci numa sala de bate-papo, tava meio bêbado, daí eu achei que...
- Ah sim, não precisa terminar... Esqueça isso, sou resolvida...
Após alguns instantes de conversa, o clima antes calmo, se tornou mais denso, com esquivas tentativas de Augusto na aproximação com a moça. A jovem sardenta logo foi ao ponto, e questionou sobre o que seria Ettus.
- Não faço idéia, só tomei conhecimento disso através de você.
Sabrina já nervosa o entregou um desenho primário:
- Não sou uma artista, mas dá pra entender...
- Como eu disse, não conheço esse tal Ettus, minha intenção era só um encontro...
- Assim fica mais difícil... Não haverá um encontro sem me dar informações... – Sabrina havia se comprometido a dar uma colher de chá ao rapaz se ele ajudasse em sua tal pesquisa. O cheiro do perfume barato da moça mexia com a imaginação do cara.
- Entendo você, mas realmente esse assunto não me interessa. Tive, recentemente, problemas com a Polícia e não quero mais confusão. Vasculharam a minha vida por causa de um bilhete...
- Fique tranqüilo, Augusto!
Choveu por vários dias, a cidade estava coberta por uma cortina de neblina. Faziam 12º C conforme o relógio da praça informava. Em frente a eles, haviam um bar desses em que os jovens descolados da cidade se encontram. Lá dentro a névoa do cigarro predominava. Augusto pensou em convidá-la, mas não tinha coragem. Definitivamente seu tempo havia passado.
- Bem, acho que eu vou indo... Está tarde!
- Onde estão os seus modos Augusto? Não vai me convidar pra um café...
- Só tem um bar ali né... Se não se importar – disse Augusto com um riso na face.
Os dois se levantaram e atravessaram a rua. De mais perto a névoa parecia mais densa, muitas moças dançando, alguns caras na porta fumando e com um drinque qualquer na mão...
Não havia um lounge, só amontoados de mesas e um pequeno palco onde três caras tentavam um Plush, do Stone Temple Pilots. Augusto pediu uma cerveja e perguntou se Sabrina o acompanhava...
- Prefiro um Martini, Gú... Posso te chamar assim?
- Sim, sem problemas...
Bebida servida, ali começava um hiato na conversa. Por dez minutos nada foi dito. Os dois ali de costas pro balcão, olhando para o palco... Dessa vez a banda tirava Boys Don’t Cry do The Cure.
Sabrina era controversa, em alguns momentos parecia estar flertando; outras saia totalmente do ar. Já passavam das 00:15 hs, e Augusto já estava entediado.
- Sabrina! Eu recebo essas mensagens desde janeiro passado.
A moça já batia palmas com as baladinhas executadas...
- O que você disse?
- O que você ouviu... Recebo mensagens há oito meses. Não sei de onde veio, mas isso tem me causado problemas.
- Ué, mas você deveria ser mais cauteloso, no primeiro bilhete que recebe já quer parar o mundo. Mas entendo a agonia, por isso quero te ajudar... Mas agora vamos curtir a noite. – Sabrina deixou o copo no balcão e foi dançar.
Augusto permanecia imóvel, já na 4ª cerveja, mais à vontade resolveu aproveitar aquela noite, a primeira em muitos meses...
Relógio despertando, lá fora o barulho dos carros anunciavam que o dia amanhecera. Uma dor de cabeça terrível, uma vontade imensa de um copo d’água...
Augusto ali na pia do banheiro, olhou pela janela e via o mundo acordando guardou sua escova de dente no armário, muito sujo por sinal, conferir a barba por fazer e pensou na noite anterior...
“Menina linda aquela... Pena que você foi burro”.
Enquanto caminhava para a cozinha, algo lhe chamou a atenção...
- Peraí, ela me chamou de Geraldo?

sexta-feira, agosto 28, 2009

Andante

Felicidade passa na rua debaixo;
Portas abrindo ao teu sorriso.
Ouço o salto alto, o zíper abrindo.
Deixa pra lá, a minha eu laço.


Felicidade passa por mim;
Sinto mas não vejo,
Vejo meus erros ainda aqui,
Sua calda azul... Sem rastro.


Preciso disso.

quinta-feira, agosto 27, 2009

A falta que você faz

Quantas cartas?
Quantas madrugadas?
Quantas árvores e abismos?
Quantos mistérios;
Serão necessários... Para uma nova carta?


Anônima como a estrela,
Que brilha por lá, não mais aqui...
Não precisamos de coragem,
Nem de vidraças atiradas em pedras..


Sinto falta daquela prosa.

terça-feira, agosto 25, 2009

97 cartas e um funil

Tantos espinhos, tantos perfumes...
Estou lendo e não percebo;
Nas entrelinhas a gentileza...
Que planto tão bem, mas colho só a semente.
Tantas letras agrupadas, e não formam a trilha.


Pedaços de carne; pele morta.
Ficam nas paredes, nas entranhas do abismo.
Refaço quadros, reviro minhas caixas.
Rego a flor na tela; ela não é minha.
Leio 97 cartas... Você em todas;
Hálito doce, voz suave que ainda ouço aqui.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Violão de Nylon

Sexta se aproxima, como o esquecimento...
Sexta chance eu tenho, para manter o pensamento.
Sexta se aproxima, logo na esquina...

Sem espaço para correção,
Sem margem de erro,
Uso a rima do refrão.

domingo, agosto 16, 2009

Seus Limites

Você fala das coisas, cita tantos profetas...
Antigos, passados... Em demasia; esquecidos.
Mas me cobra respostas, que procuro aqui.
Não seja a vidraça, não a culpe...
É só uma passagem; uma etapa.


Tire esse peso daí, você é a mais linda;
Não tema o outro lado, pode ser só um começo.
Esqueça o oásis, esqueça as canções.
Jogue seu olhar debaixo do tapete,
Migalhas que sustentam nossos medos,
Nossas manhãs em claro... Nossos beijos sem fim...


A coragem é a pedra, o limite a vidraça,
Espere o dia amanhecer, falta pouco...
Talvez seja apenas uma janela.



dedicado a um elfo, um anjo que numa manhã me acordou.

sexta-feira, agosto 14, 2009

O vento da fortaleza

Leva a noite e a sua sombra.
Leva meus sonhos e planos...
Leva seus quadris, leva seu suco.

Leva o tempo, a minha lista.
Leva meu ânimo, meu fôlego.
Leva a Morena descalça,
Leva ele dela, ela de mim...

Leva a visão do surdo,
Leva a matriz do mundo.
Leva meus dias...
Levo um tempo pra assimilar.

segunda-feira, julho 27, 2009

Abismos

Que bom teus olhos sorrindo...
Que bem maior eu estar na lembrança.
Viajo tão longe, vou até o fim do horizonte...
Procuro lá uma boa viagem,
Uma companhia que me faça pensar...
Nas tardes frias na beira do mar.

Sem você.

quarta-feira, julho 15, 2009

Sua Gorjeta

Quero falar das sombras, das trevas perdidas num copo de maria-mole...
Matando o fígado, dissecando qualquer sonho meu.
Cobro quanto por esses sorrisos amarelos? Falsos feito o diabo.
Passe o recibo, deixa o Canhoto cobrar mais tarde...
Pendure em pregos, em paredes sujas...

Úmidas

Quero falar das doenças, das mazelas tão cantadas;
Rendem sucessos a todos. Mas ninguém me chama pro café...
Nas reuniões regadas por falsos profetas..
Queria ser o do retrato, bonito e limpo.
Na lápide mais tarde, veja meus poros, cheios de você.

Quando eu morrer quero ser feliz no inferno.

sexta-feira, junho 19, 2009

77% ALCANÇADO

As mesmas barras sujas de orgulho,
Dobradas pra dentro, escondendo a situação...
A deriva em que encontrei novas canções.
Não como os fanáticos da tarde...
Os jovens que ali caem, sobem por dutos...
Pra onde for a Bela formosa, antes do demônio...
Sua felicidade falsa, graça alcançada.

Meus demônios não têm preço, nem coragem.
São como o brinde que acompanha o lugar comprado,
Junto ao meu próprio Deus forte,
Que criei numa tarde, enquanto te esquartejava da minha vida.

quinta-feira, junho 04, 2009

Jamais

Jamais pensei em estar do teu lado,
Por razões claras e definidas,
Você me disse hoje, confirmando,
Sua devoção ao outro que mata,
Todos os dias, aos poucos.

Jamais sonhei com seu cheiro,
Por razões de distância e solidão,
Você pede coisas, que busco em torres altas,
Morrendo esquecido em horas...


Jamais hoje, senti sua falta.

sexta-feira, maio 29, 2009

Para Uma Maria Triste

Aceita ouvir uma declaração?
Antiquada como novos boleros...
Dramáticas, melosas...
Trágicas como o revés que tenho,
Todas as vezes que busco seu olhar triste,
Cabelos negros como as minhas trevas,
Trevas lindas, onde sou feliz.
Aceita ouvir um consolo,
Simples e direto, partindo de um tolo...
Apaixonado e cafona,
Como um bolero do Gardel.

Uma Terça Parte Da Dor Sem Fim E Precoce

Não faça de mim mais um erro,
Não sou o seu espelho quebrado,
Nem seu dia perdido... Por outro perdoado.
Saia daí, o sol está aqui... Todos dizem isso.


Só seus cabelos negros, me dizem,
A chantagem matinal, o mesmo copo de café.
Por sobre minhas tentativas ilegais,
Quebrando regras alheias.
Eu seguro sua mão, enquanto sangra o que pode.



Não sou ele, não faça contas;
Meus números divergem,
Das suas dores exageradas,
De seu atraso eterno.
Dos seus erros que compartilho.

quinta-feira, maio 28, 2009

Nº 11

Você é o barco no horizonte...
Distante de qualquer pensamento;
Distante do meu porto,
Podre nas beiradas, sem cais.
Você é a flor morta num vaso;
Esquecido na estante,
Sem cheiro, sem cor...
Esse trágico jeito de mirar,
Por esses olhos pretos,
Pedindo uma lição.

segunda-feira, maio 18, 2009

Seu Segundo Delírio Meu

Estarei com você nessa tarde,
Seja numa mesa, ou em pensamento...
Pra pular muros altos; só nossos.
Pra enfrentar o que existe,
Só em meu mundo triste.


Peço, espero o dia atrás;
Uma data apenas para a mão...
Num embalo infantil, de ti cuidar.


Estarei com você nessa tarde,
Sem estancar, ou amenizar...
Nossos muros altos, esverdeados...
Que protegem o que não existe.

sexta-feira, maio 15, 2009

Nº 87

Não pense num desafio...
Uma queda de braços...
Sob lençóis imundos... Sobre assuntos falsos...
Inúteis razões, de um dia da semana passada.


Não há vencido, nessa perda minha...
Perco bem, pois sou assim...
A vitória me assusta,
Ter você só minha, na próxima quarta.


Na direção que vou, só um fim me aguarda.

Marga...

Pode ser sobre a moça da esquina;
Sobre a moça dos meus antigos sonhos...
Sobre a moça do banco ao lado...
Sobre a moça e seu par ímpar...
Sobre a moça e minhas vontades.
Sobre a moça e suas mãos na cintura,
Sobre a moça e seu sorriso, jamais meu...

quinta-feira, maio 14, 2009

nº 5

me ajude a amar alguém...
melhor que eu posso ser,
mais forte do que possa querer...
mais linda do que nunca eu vi...


me ajude a quebrar a rotina,
na sua pele branca,
em sua boca vermelha...
intensa, enfeitiça minhas armas.


te esquartejo em tentações do demônio.

terça-feira, maio 12, 2009

Extrema Unção

Me sinto triste nas manhãs;
Seco nas tardes de ventania...
Me sinto velho diante das janelas,
Que abri pra espantar a solidão.


Procuro meus dados;
Informações tolas que eu guardo.
Anotações em blocos;
Dúvidas em pilhas de nervos.


Seu lugar na mesa, ainda vazio...
Para sempre eu morto por dentro.
Numa amargura que nutre meu ego.
Numa armadura frouxa...
Que te matou antes de tudo.

segunda-feira, maio 04, 2009

Sabor Abandono

Confesso que tava atraído...
Por sua voz nunca ouvida,
Faz mal não, represo meus desejos...
Não é a primeira vez, que caio.


Confesso que percebia coisas novas;
Que senti por último em 112 dias intensos,
Mas lá atrás, num verão bom.
Não hoje, nas trevas pegajosas.


Que o diabo a leve embora,
Antes de uma nova queda,
Em seu colo doce...
Sabor abandono.

Minha Última Morte

Seria épica... Caindo de um prédio.
Seria dramática... Um câncer me consumindo;
Como o bicho faz com a maçã,
De dentro pra fora...
Sem tratamento, sem fundamento.
Desabrochando de uma vez, como uma flor da manhã.


Seria fantástica... Uma doença inédita.
Seria heróica... Baleado num assalto;
Salvando a Morena que desce a rua...
Saltando em direção ao projétil...
Em câmera lenta, em plano americano.


Seria real... Esquecido num quarto;
Numa cadeira de rodas; sozinho.
Um fardo falido... Pesado demais para meus amigos;
Amigos?

Novas Mudas

Penso em novas mudas;
Pra esse inverno ali na esquina
Novas roupas, a mesma jaqueta de antes...
Surrada com cheiro de ontem...
Duas balas no bolso de dentro,


Crio novas mudas na sacada,
No guarda-roupa um pedaço seu.
Na janela, a mesma mancha de solidão.

Mensagem Falada

Mas ainda tento coisas novas...
Naquela tarde que copiamos,
Copiamos nossos sonhos idiotas.
Mas ainda procuro sensações;
Novos caminhos pra lugares antigos...
Hoje tento novas canções,
Sem letras, com arranjos escondidos.
De flores murchas, roxas.
Mas ainda vou tentar...

Apenas as mesmas...

E as palavras no fim de tarde?
O que faço com minhas marcas?
Aquela feita pra nunca mais?
Vejo os seus sonhos, mas e você?
Daquelas manhãs doces, ainda é a dona?
Tenho hoje a sensatez que me pedia?
Repetidas, repetitivas, mas e as que sorriam?
Como eu naquela esquina?
Com flores na mão?

segunda-feira, abril 20, 2009

Aquela No Espelho

Conserva meus passos,
Rima com tudo, como nossos espinhos;
Faz sempre daquele jeito...
Daquelas maneiras más,
Não gosto do teu jeito, nas manhãs de sábado.
Me faz perfeito, nos faz um só...
Cheios de defeitos nossos, só nossos.
Se você soubesse de tudo,
De tantas coisas inúteis,
Das regras que insisto em explicar.
Conserva meus antes e depois,
Meus passos em falsos,
Até aquela flor velha...
Eu colhi quando você virou as costas...
Conserva meu filho.

sexta-feira, abril 17, 2009

O Assassinato De Qualquer Uma

Acabo com você...
Hoje, depois da última.
Tiro esse sorriso da face;
De caça, faço você vítima.

Por toda parte, partes suas...

quinta-feira, abril 16, 2009

Desinfetante Sabor Lavanda

Onde guardo o terno?
Os planos quase perfeitos?
Meu pedaço de torta no forno?
Entendi, num buraco escuro...
Onde escondo as provas?
De uma cena nunca vista;


“Insista, insista”, ela me diz...
Em madrugadas pela rua;
Se escondendo procurando...
Conveniências, conivências.
Sou fraco nas imaginações,
Onde guardo minhas concessões?
O cheiro me esgana, me fascina.

quarta-feira, abril 15, 2009

Morena Caracol

Mais tarde vem esguia, amendoada;
Sobe e desce meus sentidos;
Por agora penso num fim...
Daqui de longe,
Não se ouve seus gemidos;
Escuridão parcial; trevas remotas...
Volta e meia, meia volta...
Não descrevo, nem leio...
Espero você desarmado.

Mulher Infinita Ladra e Fugitiva

Num graveto seco lhe transformo,
Em cinzas num domingo qualquer.
Pego com a mão a solidão...
Numa estrada sinuosa,
Faço de você novas amigas,
Num pedaço de carne,
Transformo a vida em volta.
Num graveto seco, como ela...
Em sonhos vespertinos.

terça-feira, abril 07, 2009

Morena Descendo A Rua

Deitada na cama...
Pedindo água...
Olha pra rua, lá seus amigos.
Levante-se, nó frouxo; premeditado...
Você foge e sempre volta;
Com marcas na vergonha.
Nem saio daqui, o dia passa rápido...
Ao cair da noite, sempre um embrulho...
Na porta entreaberta...
O jornal, a parede úmida...
Você sempre linda, sufocada...
Me pede água,
Só nós dois agora, só nós...
Tenho planos maquiavélicos,
Pra suas canelas morenas...
Logo nossos inimigos,
Meus por enquanto...
Lá fora, luzes e sirenes.

sexta-feira, abril 03, 2009

Ele

Não faça comparações;
Só me escute...
Nesse dia ruim, pernas pesadas.


À noite vi meu espectro.
Correndo por abismos,
Querendo ser Ele,
Sem ter a mesma causa.


Não faça comparações;
Daqui de baixo, ouço seus carinhos.
Eu queria, acredite...
Te mostrar o segredo da máscara.


À noite vi meus passos,
Ninguém lembrará amanhã,
Minha cartola não gera coelhos,
Ternura, que nem eu creio mais...


Fraqueza, perto de gigantes...
Tenho medo de ratos,
De brechas na vidraça...
Do vento que levou meu menino.

quarta-feira, abril 01, 2009

Codinome Traição Virtual Induzida

assisto, enumero...
canetas se foram...
tintas azuis tomam nota...
caindo... embaixo vejo.
suas penas soltas,
caminha pela rua.
suavemente engole sapos;
sujos em vão... pagam você por isso.


cadela...

Code Induced Virtual Betrayal

montre, désigné ...
stylos ont été ...
peinture note bleue ...
tomber ... voir ci-dessous.
perdent leurs plumes,
marcher dans la rue.
doucement avaler grenouilles;
sale, en vain ... des frais pour vous.


salope ...

terça-feira, março 31, 2009

Sob Todos Vocês

Cubo gelado, a faca não corta...
Estilhaça aos cacos, mas não dói.
Chore pra dentro, regue a alma.
Torne-se oco... O suco não flui.


Assim...


Espere por sua queda.
Você e Deus num duelo;
Ele vai ver só.


Carne podre, imune as moscas;
Ao ócio da morte que adiante chega.
Chore pra dentro, sem gosto pra eles.
Da espada que destrói... Meu gume cega.

1ª Leitura

Sinta vergonha das passagens;
Nem tão gloriosas;
Escondidas, subterrâneas.


No seu almoço,
Na leitura dominical,
Todos te olham,
Admiram no pedestal.


Tenho outra...
Aspiração assassina.

sexta-feira, março 27, 2009

Retrato

Ela me mostra você;
Nesses lugares montados,
Falsos, em vão fotografados...
Desinibida, fogosa.


Vulgar como naquela tarde...
Eu comi féu por aquilo,
Hoje vejo tais cenas.
Sempre falando com os outros,
Seus novos amigos.
Dilaceram o que toquei,


Vejo ela... Penso...
Em você tomando formas,
Parecidas...

quarta-feira, março 18, 2009

Ela! Ali!

Vejo às vezes uma morena,
Descendo a rua...
Canelas finas, cabelo de caracol.
Chata, não me vê...


Olha pra frente, esguia...
Pedala pra longe,
Das minhas mãos, do meu querer...
Foge dos meus bregas elogios.


Quase um maníaco...
Penso em crimes;
A cometer numa tarde.

segunda-feira, março 16, 2009

Minha Segunda Morte

Siga a seta; se aproxima
Logo ali, depois da chuva;
Chega mais perto, silencioso.
Manso, rema ao sereno.

O silêncio anuncia...
Roubará seus sonhos,
Minhas metas do ano novo.
Leva você de mim.


Ali na rua, estirada.
Caindo da escada,
Uma vida projetada.
Levará você de mim.

terça-feira, março 10, 2009

Sem Jeito Pra Cantar

Toca o barco;
Contra todos, e nós...
Achamos o ouro,
O outro de nós...


Perdido ao vento, ao rio sem água...
Vamos tocando, rodando...

sábado, fevereiro 28, 2009

O seu último depois do hiato...

Perdi, os reais...
Valores que haviam no molho.
Caldo grosso e sujo.
Me envolveu, me soterrou.


Outra palavra, outro termo.
Fique com a sua,
Sua casta branca,
Sua raça.

Desintegre, morra com seu cão vermelho.
Impotente, Velho.
Deixa o andarilho,
Caminhar sobre penhascos... Feliz.


Sim, estou feliz sem você.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

pela janela do inferno

desce seus fardos;
o mais pesado sou eu;
vadia pelas ruas...
chama por outros,
embebida em luas
a pressa em morrer.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Mulher da Fotografia no Túmulo Azul

Meus vícios, baratos de um tostão...
Corro pelos cantos, seus encantos...
Volto ao mesmo ponto,
Sua ironia cheia de razão,

Mais rabiscada que antes;
Me mostra barbitúricos.
Faz isso por eles,
Inúteis professores de sei lá...

Me diga, de suas águas caldalosas,
Em qual poço fundo que me atirou,
Olha de lá com sua boca grande.

Sei de suas viagens;
Aqui diz outra coisa,
Outro ponto...
Fotos suas com ele, cheios álbuns.

Esvazie suas gavetas.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

M.n.p.e

morra com seus rabiscos;
seus óculos grandes;
pin-up magrela...


sua frases feitas;
seu rabujento cão...
seus amigos excluídos.


morra longe mim,
antes que meu peito,
precise de você.

Saudades

Me benzo; peço forças...
Fujo do teu rosto,
Canelas finas, esguias...
Me chama num código,
Intriga tudo à volta...


Me excita, me deixa...
Manhosa se esquiva...


Me rega e me poda

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Alice Me Perturbando

velha pra andar, pra sorrir?
desperta fetiches em mim;
em minhas calças surradas...
levante dessa cadeira;



num milagre, afague meu rosto.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Uma Impressão

vazia, desce sobre as nuvens;
serena e eficaz;
em seus planos de açúcar;
fala de criança, mostra as fotos...

se revela a mim; num riacho...
que eu vejo, banho e bebo.

vazia, desce sob os outros;
mostra a força e estanca;
os rios de sangue;
em que desaguam minhas vontades.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

a primeira última vez

terminando a mala; viagem longa!
sabe disso? da exclusão, do seu mundo!
ficou algo na pia, não olhei.
algum apetrecho imundo;
aquela escova velha, sebosa.
com seu hálito doce.

doce que não tiro da boca;
de dentro das calças.
vá minha amiga, volte pra lá.
o que ficar, te mando depois,
dentro daquela mochila.

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Março de 1980

Não dará um tostão por isso;
Num futuro próximo.
Esguio, olhos surrados...
Me guia ainda pelos tesouros;
Me mostra a esquina,

Sei que estaremos bem,
Juntos, e mais fortes...

Ela não te levará;
Tão cedo espero,
Preciso mostrar que mudei.
Que o investimento valeu.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

hemisfério celestial sul

hoje perdi meus dedos,
indicadores, médios...
tocos, restritos a toques.
notei em meus arquivos;
sua foto se apaga...


torna-se fosca, sem brilho.


descobri um tesouro;
embaixo do nariz.


ontem acordei;
do desatino, da ilusão.
onde você era tudo, era mais.
notei em meus registros;
seu obituário.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Recheio de Coquetel

andando pela marina;
balança o rabo,
os cabelos...
consulta guias,
com suas unhas...

compridas...

desce, vira, sobe,
olha longe, cheira, sente.
achou um osso,
caiu num poço.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Três menos Um

De mansinho, de lado.
Qualquer canto é melhor;
Que esse lugar; feio; chato.
Dois brancos se combinam.

Evapore pra longe,
Nem percebo você.

terça-feira, janeiro 06, 2009

Longe

Mentir pra você, contar coisas;
Sua escrita apagada, murcha;
Corra pro seu forte, muros altos;
Esguia, alta... Serenidade.

Minto quando falo dos seus olhos.
Baixos, tristes, cegos.
Minto sobre meus programas;
Meus encontros.

Minto em você, sobre e tudo...

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Aline dias atrás

Desinibida de sandálias...
Sorri nas quedas, nos altos...
Saltos altos...
Longe nasceu, como o rio bonito
No meu sonho fugiu;
Voltou na relidade...

Procurei e me perdi.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Poema de Sexta-Feira

Esclarecimento sobre nós;
Você pediu ontem,
Algo definindo esse amor.
Banal, épico, infante.
Não soube definir os pontos,
Nem as vírgulas...

Me pede coisas pequenas,
Sempre olhando, numa inquisição;
Sem fim, sem nexo...
Preciso disso, fico como você.
Jovial, elegante, infante...

Não sei o “nós”, não sei depois.
Você pediu, eu falhei,
Em descrever esse "nós", que vinga na ilusão;
Que precisa de mais, e mais.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Poema de Quinta-Feira

Eu vou pro inferno; sei disso.
Por ser assim; falso.
Ladrão mentiroso, herói feito.
Tento ser só seu;
Sou de tantas...
Sem ter nenhuma.

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Poema da Quarta-Feira

Já é tarde, você não volta;
Deixou algo sobre a mesa;
Sobre minhas costas...
Uma flanela cobre a travessa.
Deve ser meu jantar.

O dia amanheceu;
O cheiro podre do meu corpo,
Exala pela sala...
O sangue secou;
O fel estourou.

terça-feira, dezembro 16, 2008

Poema da Terça-Feira

Álbum novo, fotos velhas...
Dentro de gavetas, seu olhar preso...
Empoeirado, desbotando...
Bate a saudade em mim,
De voltar no tempo, de evitar o fim.

Levo comigo, já disse isso antes.
Seus retratos, seus registros...
Ainda menina, me olhando por cima.
Ardendo na dúvida;
De coisas novas a serem vistas.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Poema da Segunda-Feira

Sigo teus passos, teu rastro...
Te amo todo dia, acordo e vejo o tempo.
Sinto sua pele branca, seu olhar triste.
Ele não veio, não apareceu?

Antes do banquete, antes da noite...
Olhei na janela, estava lá, sorrindo...
Perto de mim, ao alcance das mãos...
Volte depois, mais tarde...
Nos meus sonhos, no meu lado da cama.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Mulher da Padaria

Sem guerras, sem armas...
Usa os dentes, intimida...
Desvenda, ilude, cativa...


Nutre verdes tons,
Cria expectativas...
Um cachorro quente,
Um refrigerante...


Sorte sua não me conhecer...
Mais um vândalo,
Mais um talvez...

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Asilo

Olho a caneta, penso em agir.
A tinta lá embaixo, o papel acabando...
Todos se foram, levaram o tempo.
Logo vem a sopa, depois o pão.

Olho a janela, vejo seu vestido.
No varal, dançando com o vento;
Vai e volta... Chama pra vida.
Foi-se e não me contou o final.

Olho o quarto, tantos lençóis...
Tantas vontades; banais.
Descobri o final que vivo,
Que sinto nos ossos.

terça-feira, dezembro 09, 2008

Seu desprezo

Torna-me melhor com ela...
Faço meus dias mais longos;
Por seu olhar de lado,
Com nojo, com pena...

Sou o melhor que nunca vi,
Pra lhe mostrar a realidade...
Voe para longe querida;
Voe para o inferno.

quinta-feira, novembro 27, 2008

É diferente mesmo?

Pra mim, Deus é tão bom que nos deixa livre pra tudo, até para escolhermos o mal e por isso, procuro levar uma vida honesta e digna... Só que sou humano, cheio de defeitos e seria muita coisa achar que eu poderia levar uma vida Santa...

(...)

Deixa eu te contar uma historinha:

Um dia passou na minha casa, um casal com dois filhos... Eram Testemunhas de Jeová, aí o rapaz pediu pra eu dar uns minutos de atenção que ele leria um versículo da Bíblia, era um trecho que falava de vingança, ódio... Pra variar era domingo de F1, corrida em SPA e eu ali com o copo de leite com Toddy... Pois bem, cedi os minutos que ele pediu...

Depois de ler ele me perguntou: Você sabe qual o problema desse mundo?

Eu disse que era conseqüência da evolução humana, e que barbáries como crianças jogadas de prédios, estupros, e tanto outros crimes absurdos; eram coisas que sempre aconteceram e sempre acontecerão. Além do mais acreditava que a quantidade de pessoas boas e ruins ao mesmo tempo no mundo sempre foi a mesma , e que o mundo sempre seria assim...

Aí ele me disse que a culpa era da falta do perdão humano e que os homens não se perdoavam mais, e que isso tudo era falta de Deus no coração das pessoas.

Eu disse que não concordava...

Ele emendou: "Eu sim, hoje sou um capaz de perdoar a todos que me fazem o mal"

Eu perguntei, Você tem certeza disso?

Claro que sim... - respondeu

"Bem, vamos lá" eu disse:

“Imagine você chegando em casa, e descobre que um cara invadiu, matou seus filhos estuprou sua mulher... Barbarizou o coreto... Você perdoaria ele? Pois eu só confortaria a minha dor sabendo que esse assassino fosse torturado de forma brutal e tivesse uma morte lenta e dolorosa... ”

Ficou um silêncio no ar... e ele disse:

“Bem, aí é diferente!”

segunda-feira, novembro 24, 2008

"faz um verso lindo pra mim"

a vida gosta de brincar,
às vezes de um jeito azedo...
mofo, verde, podre...
brinca com seus pais,
meus filhos...
meus sonhos.

faz com que tudo vire flores;
antes de cair por terra,
plantas de sonhos,
nunca rabiscadas.

quarta-feira, novembro 19, 2008

poema sobre a vida perdida

escrevo sobre coisas passadas;
coisas banais, da última esquina...
escrevi sobre seus olhos,
suas coxas grossas...
seu batom borrado...


sobre um futuro longe,
viajante, fugindo de ti...
pra perto de ti...
aos poucos, num copo de café...

ou na insulina que não tomei...

terça-feira, novembro 04, 2008

(Des) Adoção

Aprendeu a voar;
Logo sairá; logo, logo...
Voa pra longe, pro jamais.

Aprenda a guiar os tolos à sua volta.
Guia os cegos, pra um quarto escuro.
Corte a luz depois.

Voa com novas asas,
Voa pra longe,
Nunca esteve aqui, portanto...

Aprendeu a descartar,
Recicla algo velho e sem vida.
Que nunca será.

Nunca esteve aqui, portanto...

segunda-feira, novembro 03, 2008

bonus track

Encha o buraco, de coisas.
Suas, as velhas, a velha.

Preencha; estanque...
Há muito espaço aqui,
Suas lágrimas, suas lástimas,
Coloque tudo aqui...

Ainda temos espaço,
O coração foi doado,
O fígado podre chama aqueles lá em cima...
Rodeando, praguejando.

Enterre comigo seu filho,
Seu outro medo,
Aquela promoção bacana.

Preencha; estanque;
Plante flores depois;
E ficaremos bem até amanhã.

quarta-feira, outubro 29, 2008

terça-feira, outubro 07, 2008

flerte não enviado

Eu posso falar coisas diferentes...
Pra você de vez em quando?
Sem que você se ofenda;
Sem brigas;
Sem que eu tenha esperanças?



* A mensagem a seguir não pôde ser entregue a todos os destinatários:

terça-feira, setembro 30, 2008

quinta-feira, setembro 11, 2008

Letras

Queria eu;
Unir os meus sonhos;
Entre rios e mares;
Zunir o vento, a força;
Ir ao encontro da Moça;
Através dos medos superados.

quarta-feira, julho 16, 2008

Poema Machista

Já és minha... Já és.
Livros grandes, empoeirados...
Pra quê?
Basta usar o manual da lavadora.
E cuidar nas tardes frias,
De minha carcaça.

Já é como a do Mario Lago.
Não sabes das funções;
Da sua lida, a partir de qualquer dia desses.
Como as outras, quer só isso.
Brincar de bonecas, ser assim.

a uma qualquer na esquina

se morresse amanhã, queria dizer tudo a você;
do amor escondido, da raiva sentida...
naquele dia, que esperei...

se morresse amanhã, queria seu corpo mais uma vez.
suas coxas grossas, no meu queixo...
sua seiva, nas entranhas.

se você morresse hoje,
te pergunto sem vergonha...
doaria seu corpo a mim, por duas horas?

quarta-feira, junho 25, 2008

o fim do fim

Os véus, que correm por todo o mar.
Não mostram a dura realidade que vivo...
Que sofro...
A partir de hoje, pro fim...
Pro nosso fim, pro meu que logo ali...

Me espera bem vestido.

As crianças ainda morrem,
Da falta que falta causa.
Você foi... A que o poeta queria pra ele.
Mesmo velha, mesmo linda.

quinta-feira, junho 19, 2008

Terceira Pessoa Ausente

Sempre perguntas vagas...
Recheiam as tardes insólitas.
Solitárias na sala de vidro,
Pela janela se vê os jovens sonhos...
Com seus livros encapados...

Mostram o que jamais seremos,
Dentro dos textos que fiz a seu pedido.
Dentro da vida que criamos depois das 6...
Temos vontades, que nos dão vontade de ser.

Ele voltou ontem?
Não posso falar de seu pescoço esguio...
Não mais hoje, nem amanhã.
Tenho comigo, o beijo que nunca dará.
A mão que nunca senti...

Ficamos nos estudando,
Sem saber se somos isso mesmo...
Dois espectros, que sonham...

Mas não realizam...

sexta-feira, junho 13, 2008

Crases, Acentos

Não justificam sua recusa,
Em ser só dele...
Enquanto na sala, me olha
(...) instiga a ser, quem não posso
Como o cara da foto...


Sua franja, não é como ontem...
A química passou...
Eu só vejo solventes e soldados.

Dona Florinda foi embora

A barba por fazer, remete à sua mão...
Três dias atrás, cuidava daqui...
Fervia o leite,
Me aquecia com teu colo.
Esse cabelo curto, por sobre as orelhas.

Nada restou de ti...
Só gosto em minha boca,
Só o rosto em meus pesadelos...

O seu avental, ali fora...
Florido, distante de mim...
Me avisa, me alenta.

quarta-feira, junho 11, 2008

Desejo Desconhecido

Durante a tarde ociosa,
Veio a vontade do desconhecido.
Um contato qualquer, perdido...
O motivo não era nobre.

Os meios justificam o sorriso...
Meigo, cerrado... Quase sem razão...
Uma armadilha pro navegante,
Aquele que busca coisas menores.
Com o jeito de suprir seu estoque.
De coisas grandiosas...

Não existe amargura,
Amarga não é sua pele,
Doce seiva, que não é minha...
O outro dono foi no alto do rio cinza,
Como você disse há 40 minutos,
Seria ele, o tutor de seu nome íntimo.

Não eu, o usurpador, que tenta...
Em vão, seu sorriso aqui.

terça-feira, junho 10, 2008

Sílvia Saenz

Não queria a vida de antes,
Nem a do próximo roteiro...
Com quartos decorados,
Sentimentos profanados ao léu.
Falsos amores, falso suor.

O anti-herói, sua atuação fora de linha.
Queria mais, queria o velho doente...
Dando-lhe textos geniais...
Na escatologia declarada por toda a tela...
Segue firme... Sempre diz ser o último.

Mas aumentarão o cachê...
Na próxima vez?

segunda-feira, junho 09, 2008

Sala de Espera

Vê-la fraca, nua de força...
Nada bom foi, nada apenas...
Queria poder cuidar,
Prestar o socorro que precisa.

Impotente, preocupado,
Vítima do tempo de espera,
Por notícias boas, que mais tarde...
Apareceram, dizendo que a bonança,
Havia chegado no último trem...

Hoje tão linda tão serena...
Você me disse “bom dia”.

quarta-feira, junho 04, 2008

A Beleza

A dos olhos tristonhos,
Do pescoço esguio, que busca o aconchego...
De mãos rijas, mas macias no toque.

Pode-se trocar pelo tom claro dos dedos,
Finos, delicados.
Que falam por si, com vida própria...
Como o sorriso firme,
Que não canso de citar...

segunda-feira, junho 02, 2008

Olhando Você

O temor, envolto na casca de ovo...
Temo o que temo sentir,
Temo a teimosia de temer o desconhecido.
Mas hoje você veio de botas,

Veio mais elegante do que ontem,
E menos do que amanhã...
Menos que tudo, sendo amanhã
A realidade de hoje...
Mas temo assustar você,
E seu sorriso ímpar...

Com minhas falas, sempre longe.

sexta-feira, maio 30, 2008

Flerte Subliminar

Lua e estrelas... Temo isso.
A ressalva em ser piegas,
Não no tema, mas na função de palavras...
Jogadas ao relento, sem cuidado...

A lua que vi ontem passou por mim num segundo...
Vi que era bela, mas num descuido idiota,
Abri mão de uma tentativa nula...

As estrelas que vi, todas brilham mais...
Que um nulo corpo decadente,
Que se ressalta ofuscando outros...

A primeira fala está longe, mas...
Perto de lá e longe de qualquer lugar,
Já que uso verbos perdidos...
Fedidos na gramática, que não há solução...

Noite Fria

O dia cinza começa com um sorriso...
Com o esfregar das mãos,
Repelindo o frio, que nem tanto é.
A boca cheia de dentes...
Esboça um charme sem alvo...

Os pés se roçam, fora da sapatilha...
Meias brancas, como o tecido do buquê.
Aquecem o que não vejo, mas percebo.
Falava-se do homem, e suas palavras de ordem...
Durante a noite fria, a neblina salpicava a longa conversa.

Falamos nisso durante o café...

quinta-feira, maio 29, 2008

Por que eu?

Acanhado fico, com as descrições,
Com as indiscrições de seus detalhes,
Tímidos, menores ficam...
Não sei usar a escrita deles,
Só falo de coisas menores.

O estabelecimento de sua grandeza,
Depende de minhas análises tolas,
Sobre as menores coisas...

Quando a real importância,
Está no abstrato de seus olhos tristes.

Um Pedido Atendido

Disse que seria sobre as flores...
Mas não disse a cor, o cheiro...
Talvez a que desabrochou logo ali,
Ou a cheia de pólen, que caminha para o murcho.

Queria um buquê, envolto em panos alvos...
Poderia ser também aquela sintética,
Que como disseram outro dia, “não morre”.

A mágica disso tudo, é você interpretar...
O que posso sentir,
O que posso querer.

Visibilidade - 95%

Ouvi um lamento...
Alguém dizia “para sempre você”
Era em outra língua...
Ou eu estava chapado.
Mas era isso e outras coisas.

Enquanto olhava pela vidraça,
E via jovens vontades,
Que já não devo sentir mais...

quarta-feira, maio 28, 2008

Delicadeza nº 34

A delicadeza da sapatilha,
Não condiz com a força que brota...
Do sorriso sempre exposto,
Daquela elegância formal...

Mas sempre vem o fax interromper...
O que ninguém sabe,
O que ninguém vê...

A voz suave, quase sussurra.
A banalidade do dia a dia...
Dos fatos nulos,
Da campainha incessante.
Que sempre toca, ao início de tudo.

segunda-feira, maio 26, 2008

Sofrer Sorrindo

É bom fingir...
Ser o que não sou, ser quem não quero ser...
Fugir daquela realidade cruel.
Fugir da realidade que você não mais está...

É bom sentir você aqui, mesmo do lado lá.
Me confortando todo dia, com seu cheiro...
Que chega até mim, num suspiro doce...

É bom fingir que não te amo mais...
Que não preciso mais dos seus quadris.
Do seu gosto, do seu corpo...

Somos os piores atores...

quinta-feira, abril 24, 2008

à moça com a criança no colo

Não fui a esperança...
Não fui angústias ainda vivas...
Não fui certezas...

Fui quem se encantou numa tarde,
Por cabelos sinuosos...
Pela aquela voz suave;
Pela criança no colo...

Na noite da chuva,
Acho que terminamos ali...
Faltou paciência;
Faltou coragem...

Mas a Flor, daquela baía barrenta...
Ainda floresce aqui.

sexta-feira, abril 18, 2008

Enquanto você se produz

Não faça isso...
Foge de mim, foge de tudo...
Ou fugia, e agora é só um charme a mais?

Corria por aí, aquela vontade...
Que agora carrego aqui.
O eixo em que me pôs...
É o mesmo do último, mas...
Vou segui-lo a risca,

Pra sempre.

Manuela

Com seus dedos finos;
Cheio de anéis e bem alinhados,
Correm pela mesa, expõem seus desejos...
Não sei ao certo, o certo disso tudo...

Caminhos tortos sempre serão...
Mas não sou eu o que vai grifar.
Nem contornar, nem apagar...

Sei dos seus planos, dos seus dedos finos...
Me impondo seus pontos,
Propondo coisas, e tirando meus flancos...
De opiniões vagas, perdidas...

quinta-feira, abril 17, 2008

Ela... Hoje

Esses lábios tristes...
Tranqüilos já foram, nas tardes de outros dias.
Seguraram as lágrimas rebeldes,
Que hesitou em derramar...


A pele desse rosto...
Macia, convida a segurar,
As lágrimas que devem cair hoje...
Ou que cessarão de manhã...
O seu choro comove estranhos,
Mas não faz o algoz se arrepender...

Auto-Crítica

Precisar, não é a palavra certa...
Está cada vez mais difícil começar algo.
Faltam palavras, assuntos...
A musa ainda é a mesma.

Mas o lápis está mínimo...
Definitiva e pontual,
É a vontade de permanecer;
Todo dia com uma letra a mais..
Toda hora, com a certeza...
De estar lá ao longe;
Mas aqui perto, como antes...

quarta-feira, abril 16, 2008

Balada do Casal Sem-Vergonha

Vou indo... Levo minhas vontades no bornal.
Lá atrás tem algo parecido,
Mas afirmo novamente...

Não suporto mais suas coxas grossas,
Esse seu jeito... Cheiro de mulher...
Seu olhar caído... Me conquistando mais uma vez...

Sempre voltei, mas hoje será diferente.
Não retorno mais aqui... Nem que me peça de joelhos...
Mesmo que chore e diga me amar...
Mesmo que... Mesmo que roce seu decote em mim...
Mesmo que faça aquilo como só você faz...

Vou indo, levo minhas vontades dentro da calça.

Relendo Velhos Textos

Nada que seja tão prudente...
Nada que seja tão consciente na sua forma...
Nada demais, além do seu sorriso nas manhãs...
Calmo, sereno... Fazendo ser aquele melhor...
Nada como o de antes, mas ante o de amanhã...

Reticências

Nada que seja tão passional...
Violento e banal...
Nada que te agrida com palavras...
Nada que não seja brutal...

Que não sofresse como na última semana...
Que não fosse o mesmo de antes...
Mas o melhor que você buscou naquele banco...

Daquela cidade com nome de guaraná...

quarta-feira, abril 09, 2008

J. Stobo

Eu poderia pedir desculpas,
Eu poderia tentar novamente,
Eu poderia me redimir...
Eu poderia ser infeliz.
Eu poderia pegar o seu giz.


Eu posso melhorar,
Eu posso te esquecer...
Eu posso te provar,
Eu posso tentar.

Máscara

Procurei por uma expressão cabível...
Uma palavra bem escatológica...
Mas não, me vesti num outro.

Fui esperar ao longe, o que eu já sabia.
Não reprimo minha dor;
Pelo fato dela não existir.

Mas aquele riso ao cair da rede,
Não esqueço.

Agora, Só

O fundo de adeus ao fundo, me informa...
Me conforta sobre o que foi “nós”.
O sol se põe, e eu aqui no banco.

Esperando algo que não virá,
Mas devo cuidar do meu barco,
Mantê-lo longe das tempestades.

A brisa boa, anuncia a ressaca.
Que ao longe já se foi...

Fotolog

Aquela beleza de antes;
Maiúscula, marcante...

Não profane a beleza que eu vejo.
Não diga aos outros,
Que medi seus lábios carentes...

Aquelas polaróides fabricadas,
Não me enganam...

quarta-feira, abril 02, 2008

Um doce fim para algo que não se foi

Sempre fingindo...
Sempre estaremos...

Que seus quadris não me provocam mais...
Que minhas palavras não mais ouvidas...
Que o apelido não existe mais.

Que você nunca existiu;
Que aquela tarde não acabou.

Você e eu; dois amigos da ocasião;
Sempre fingiremos para o outro,
Que tudo acabou bem.

Olhos de Capitu

Com jeito arredio,
Numa personalidade rubra.
A menina com a boneca;
Mas a mulher com o punhal...

Seus olhos baixos, como de um antílope...
Procuram uma presa, pra fera na esquina.
A leoa que caça homens,
Esperando o próximo idiota.

A Capitu do outro,
Mas o meu vício de antes.

segunda-feira, março 24, 2008

Menina Cósmica

Direito é não contemplar...
O sol que não brilhou até ontem...
Não vi a última previsão,
Deixei pra lá...
Aqueles quadris que exigem atenção.

Contornam quem defende os pequenos;
Com seu escudo de boa vontade,
Querendo briga, mas também a calmaria.

Não sei de onde veio,
Mas mereceu um troféu...

Talvez pelo escudo;
Talvez pela coragem;
Ou meramente pelos quadris...

Melâncolia ao Leite

Depois da Doce Passagem...
Retornamos às nossas coisas,
Elas ainda estão lá nos retocando...
Escondendo cicatrizes, arranhando a consciência...


Acredito que não há mais nada a acreditar...
Só nessas polaróides discretas;
Sem pretensões de agradar...
Apenas vejo ao longe,
A incumbência de estar ali,
De se fazer presente...


Essa doçura que não pode ser minha...
Não sei até onde chegará,
Mas sei que já há alguém.

quarta-feira, março 19, 2008

Fake

A mão continua estendida;
Pra alentar quem cansou de lutar...
Aquela criança triste;
O velho dolorido de viver.

A mão continua estendida;
Mas ela cobrará a fatura...
Aquele carinho não foi em vão...

A filantropia terá um preço.
Fazendo de seu amor,
Sua maior fraqueza.

Uma volta

Relendo essas coisas postas aqui, eu notei que sempre foi seguida uma linha tênue de escrita. Dizem que um pintor reproduz numa tela o que quer ser, ter, participar ou sonha... Nunca classifiquei como “poema”, e sim como um desabafo, um vômito ou mesmo um relato...
Daí o nome do blog. Escrevo sobre coisas sentidas, vividas ou ainda em curso. Não sei ao certo onde isso tudo acabará, se num best-seller ou em coisas engavetadas cheirando a mofo.
A primeira opção é uma incógnita, a segunda impossível, pois é algo virtual e isso nunca mofará, a não ser que o site seja removido.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Comunicado

Esse blog entra em recesso, talvez ele volte num tempo futuro. Hoje se fecha um ciclo, agradeço aos leitores, se bem que não sei quantos ao certo, pelo apoio, pela divulgação. Vou me dedicar a escrever mais contos e relatos, deixarei os poemas de lado, pois não é o foco que busco.
Agradeço mais uma vez aos leitores e espero voltar em breve com novidades.
Reinaldo de Souza
05/03/2008 - 12:24 hs

Porto Feliz

O barco ao longe se vai...
Foi uma parada demorada,
Custou para zarpar.
Mas era um barco requintado...
Esse cais furado e cheio de remendos,
O lodo não agüentaria muito.


Já foi, no horizonte ele dobra.
Só fica a certeza,
De que não há certeza alguma.

Courtney Love

Não vou me suicidar,
Descanse sua pele bem cuidada.
Não tenho coragem pra isso,
Você sabe bem...
Sabe do que sou capaz.

Coloquei 5 colheres de nescau,
No leite que tomei ontem...
Enquanto via um deus cheio de trejeitos.

Desarmando Armadilhas

Venha me destruir!
Não se acanhe, tente!
Sua espada aromática não me fere mais.
Não posso sucumbir aos seus desejos tolos,
Sua coragem de mentira.


Não se envergonhe da situação.
Quebre mais pratos.
Faça sua cena...


O amor é uma flor no abismo,
Eu sempre digo....
Arrisque-se por ela, e verá que no fim é só uma flor.
Mas nada vai me destruir,


Não banque a vítima,
Não me bajule...
Já pos em prática suas habilidades.

Agora já minei meu castelo.

chame do seu jeito

Volta e meia me vem isso...
E se fosse uma conspiração?
E se tudo fora premeditado
Com requinte de detalhes...

A cada dia que passa,
A certeza vai me tomando...

Um peixinho envolto numa isca....
Ou a mosca que se seduz pelo brilho da flor,
Ou mesmo o dependente,
Daquele complexo de barbitúricos..

Aquele dia livre no parque talvez.
Foi útil pra encontrar um novo brinquedo.

101

Mas ainda acredito em mim,
No medo de ser aquele,
Que veio pra mudar um...

Mesmo que tudo aponte pra lá,
Eu vou por aqui...
Pois temer é grandioso.
Pois ceder é maior...

Mas ainda assim, acredito na escrita.
Aquela que faço com o copo de café frio.
A dor nas costas de sempre...
Aquele pensamento teimoso,
Que tudo vai melhorar.

Mas ainda acredito em mim.
Na vontade de ter seus quadris aqui.
Que chegam pra salvar um...

Levantando

A enxurrada que passa,
Pode não ser a verdade que se espera...
Não busquei mais promessas,
De ontem à noite pra cá...

Aquela calmaria de antes,
Que acredito ter usado,
Pra definir uma dobra difícil,
Que foi posta a postos...
Pra capturar os sonhos de antes.

Ela ainda passa por aqui.
Todas as noites querendo...

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Chuva

Eu sorria copiosamente...
Um riso triste, soturno.
Indo pro abate o gado berrava.
O cheiro de sangue correndo pelo chão...

Era a mesma sensação...
Da música que ouvi ontem.
Depois do meu café da tarde.

A traição não foi bem assim...
Contei outra história por esses lados.
A vontade está florescendo;
Outra citação ao poeta morto.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

liberdade minúscula

fique calma... a ventania passou.
não há mais dor agora,
o amargo se foi, junto com seu corte de cabelo.
esqueça aquela face.
esqueça tudo e todos naquela rua...

agora está livre, está solta...
pra amar aquele que ainda não conhece,
mas que roubou você das minhas vontades.

vá e volte mais tarde...

A Sombra de Deus

Não há um meio correto de se começar isso. Talvez se deva contar a partir do último episódio.

Algo sombrio estava surgindo naqueles dias. A dor que consumia a cabeça, nem o deixava pensar. Mais um emprego que escorria pelas mãos, mais um sonho que ele abortava.
Andava pelas ruas sem rumo, não sabia o que diria mais tarde na república. Os vencimentos do mês batiam à porta e nada de dinheiro.
“Se eu tivesse uma oportunidade real, poxa... Resgataria muitas coisas, muitas coisas... Vivo sempre à sombra de Deus”
O centro da cidade estava movimentado, o Governador inauguraria uma ponte que já custara milhões à viúva.
Mesmo estando com apenas R$ 5,00 no bolso valia a pena uma coxinha com laranjada... Qualidade duvidosa, mas enfim, eram tempos difíceis e exigiam medidas cabíveis. Comer todos os dias daquela forma não representava saúde pra alguém criado com frutas, cereais e doses cavalares de leite e vitaminas.
Se acostumar com bonança é fácil,; moleza, mas roer os ossos da vaca magra era digamos, terapêutico.
Alguns carros da PM rodeavam o centro da cidade, notava-se um grande aglomerado de imprensa, curiosos e policiais, havia uma impressão de estar num filme, todos aqueles carros; homens armados olhando as pessoas como se caçassem alguém.
Já caminhava pra casa, afinal de contas aquilo não o seduzia, afinal de contas estava fudido e mal pago e ainda por cima começava a chover... Alguns fogos explodiram, nessa altura já se “cortava a fita”.


deve continuar...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Autópsia

O meu lado não se define tão fácil.
Eu usaria aquela palavra hipotética.
Nunca fomos dois, me certifiquei disso.
O despertar da realidade alveja meus cabelos.

Vejo todos meus amores falsos.
Meus atos egoístas....

Aquela tarde nunca sairá da minha cabeça.
Nem mesmo aquele tapa em março de 1996.
Aquela corrente de ouro barata...
As calças rasgadas nos fundilhos.

Mas sei que já foi.
E nem apagou a luz.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Remoendo numa Tarde Quente

Passa-se o tempo; as luas se foram...
O céu mudou pra mim, vi um horizonte,
Que não estava no manual prático.
Vi coisas diferentes.

Que ainda estão por aqui...