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Um Rei sem reino num mundo sem janelas, vivendo e mastigando a carne podre da rotina.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Comunicado

Esse blog entra em recesso, talvez ele volte num tempo futuro. Hoje se fecha um ciclo, agradeço aos leitores, se bem que não sei quantos ao certo, pelo apoio, pela divulgação. Vou me dedicar a escrever mais contos e relatos, deixarei os poemas de lado, pois não é o foco que busco.
Agradeço mais uma vez aos leitores e espero voltar em breve com novidades.
Reinaldo de Souza
05/03/2008 - 12:24 hs

Porto Feliz

O barco ao longe se vai...
Foi uma parada demorada,
Custou para zarpar.
Mas era um barco requintado...
Esse cais furado e cheio de remendos,
O lodo não agüentaria muito.


Já foi, no horizonte ele dobra.
Só fica a certeza,
De que não há certeza alguma.

Courtney Love

Não vou me suicidar,
Descanse sua pele bem cuidada.
Não tenho coragem pra isso,
Você sabe bem...
Sabe do que sou capaz.

Coloquei 5 colheres de nescau,
No leite que tomei ontem...
Enquanto via um deus cheio de trejeitos.

Desarmando Armadilhas

Venha me destruir!
Não se acanhe, tente!
Sua espada aromática não me fere mais.
Não posso sucumbir aos seus desejos tolos,
Sua coragem de mentira.


Não se envergonhe da situação.
Quebre mais pratos.
Faça sua cena...


O amor é uma flor no abismo,
Eu sempre digo....
Arrisque-se por ela, e verá que no fim é só uma flor.
Mas nada vai me destruir,


Não banque a vítima,
Não me bajule...
Já pos em prática suas habilidades.

Agora já minei meu castelo.

chame do seu jeito

Volta e meia me vem isso...
E se fosse uma conspiração?
E se tudo fora premeditado
Com requinte de detalhes...

A cada dia que passa,
A certeza vai me tomando...

Um peixinho envolto numa isca....
Ou a mosca que se seduz pelo brilho da flor,
Ou mesmo o dependente,
Daquele complexo de barbitúricos..

Aquele dia livre no parque talvez.
Foi útil pra encontrar um novo brinquedo.

101

Mas ainda acredito em mim,
No medo de ser aquele,
Que veio pra mudar um...

Mesmo que tudo aponte pra lá,
Eu vou por aqui...
Pois temer é grandioso.
Pois ceder é maior...

Mas ainda assim, acredito na escrita.
Aquela que faço com o copo de café frio.
A dor nas costas de sempre...
Aquele pensamento teimoso,
Que tudo vai melhorar.

Mas ainda acredito em mim.
Na vontade de ter seus quadris aqui.
Que chegam pra salvar um...

Levantando

A enxurrada que passa,
Pode não ser a verdade que se espera...
Não busquei mais promessas,
De ontem à noite pra cá...

Aquela calmaria de antes,
Que acredito ter usado,
Pra definir uma dobra difícil,
Que foi posta a postos...
Pra capturar os sonhos de antes.

Ela ainda passa por aqui.
Todas as noites querendo...

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Chuva

Eu sorria copiosamente...
Um riso triste, soturno.
Indo pro abate o gado berrava.
O cheiro de sangue correndo pelo chão...

Era a mesma sensação...
Da música que ouvi ontem.
Depois do meu café da tarde.

A traição não foi bem assim...
Contei outra história por esses lados.
A vontade está florescendo;
Outra citação ao poeta morto.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

liberdade minúscula

fique calma... a ventania passou.
não há mais dor agora,
o amargo se foi, junto com seu corte de cabelo.
esqueça aquela face.
esqueça tudo e todos naquela rua...

agora está livre, está solta...
pra amar aquele que ainda não conhece,
mas que roubou você das minhas vontades.

vá e volte mais tarde...

A Sombra de Deus

Não há um meio correto de se começar isso. Talvez se deva contar a partir do último episódio.

Algo sombrio estava surgindo naqueles dias. A dor que consumia a cabeça, nem o deixava pensar. Mais um emprego que escorria pelas mãos, mais um sonho que ele abortava.
Andava pelas ruas sem rumo, não sabia o que diria mais tarde na república. Os vencimentos do mês batiam à porta e nada de dinheiro.
“Se eu tivesse uma oportunidade real, poxa... Resgataria muitas coisas, muitas coisas... Vivo sempre à sombra de Deus”
O centro da cidade estava movimentado, o Governador inauguraria uma ponte que já custara milhões à viúva.
Mesmo estando com apenas R$ 5,00 no bolso valia a pena uma coxinha com laranjada... Qualidade duvidosa, mas enfim, eram tempos difíceis e exigiam medidas cabíveis. Comer todos os dias daquela forma não representava saúde pra alguém criado com frutas, cereais e doses cavalares de leite e vitaminas.
Se acostumar com bonança é fácil,; moleza, mas roer os ossos da vaca magra era digamos, terapêutico.
Alguns carros da PM rodeavam o centro da cidade, notava-se um grande aglomerado de imprensa, curiosos e policiais, havia uma impressão de estar num filme, todos aqueles carros; homens armados olhando as pessoas como se caçassem alguém.
Já caminhava pra casa, afinal de contas aquilo não o seduzia, afinal de contas estava fudido e mal pago e ainda por cima começava a chover... Alguns fogos explodiram, nessa altura já se “cortava a fita”.


deve continuar...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Autópsia

O meu lado não se define tão fácil.
Eu usaria aquela palavra hipotética.
Nunca fomos dois, me certifiquei disso.
O despertar da realidade alveja meus cabelos.

Vejo todos meus amores falsos.
Meus atos egoístas....

Aquela tarde nunca sairá da minha cabeça.
Nem mesmo aquele tapa em março de 1996.
Aquela corrente de ouro barata...
As calças rasgadas nos fundilhos.

Mas sei que já foi.
E nem apagou a luz.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Remoendo numa Tarde Quente

Passa-se o tempo; as luas se foram...
O céu mudou pra mim, vi um horizonte,
Que não estava no manual prático.
Vi coisas diferentes.

Que ainda estão por aqui...

Reprimido; Enjaulado

Aquele doido ainda caminha por esses lados.
Seus olhos murchos pelo pó da estrada;
Esguia e contente era a moça do outro lado.

Aquele felino arisco, cheio de marcas...
Caminha pela mesma estrada que passei.
Eu era louco de querer pra mim...

Mas ainda assim, o doido não era eu.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Espelho Rasgado

Sou comum como pão com manteiga;
Um idiota em qualquer esquina.
Alguém sem nexo, sem essência.
O que busco nos outros,
Não encontrei na vivência.
Pobre e cafona como essa rima.


Sou inútil e mediano.
Não mereço sua pena, nem mesmo as da galinha.
Sou assim, pobre de riqueza e rico de pobrezas.
A mazela que encanta;
A doença que se pega.

Sou o mendigo na rua,
Aquele que aparece em fotos;
Por cima dos ombros dos bacanas.

A minha fraqueza exalta suas virtudes;
Uma beleza falsa que te engana.
Assim como minhas palavras.