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Um Rei sem reino num mundo sem janelas, vivendo e mastigando a carne podre da rotina.

quarta-feira, junho 25, 2008

o fim do fim

Os véus, que correm por todo o mar.
Não mostram a dura realidade que vivo...
Que sofro...
A partir de hoje, pro fim...
Pro nosso fim, pro meu que logo ali...

Me espera bem vestido.

As crianças ainda morrem,
Da falta que falta causa.
Você foi... A que o poeta queria pra ele.
Mesmo velha, mesmo linda.

quinta-feira, junho 19, 2008

Terceira Pessoa Ausente

Sempre perguntas vagas...
Recheiam as tardes insólitas.
Solitárias na sala de vidro,
Pela janela se vê os jovens sonhos...
Com seus livros encapados...

Mostram o que jamais seremos,
Dentro dos textos que fiz a seu pedido.
Dentro da vida que criamos depois das 6...
Temos vontades, que nos dão vontade de ser.

Ele voltou ontem?
Não posso falar de seu pescoço esguio...
Não mais hoje, nem amanhã.
Tenho comigo, o beijo que nunca dará.
A mão que nunca senti...

Ficamos nos estudando,
Sem saber se somos isso mesmo...
Dois espectros, que sonham...

Mas não realizam...

sexta-feira, junho 13, 2008

Crases, Acentos

Não justificam sua recusa,
Em ser só dele...
Enquanto na sala, me olha
(...) instiga a ser, quem não posso
Como o cara da foto...


Sua franja, não é como ontem...
A química passou...
Eu só vejo solventes e soldados.

Dona Florinda foi embora

A barba por fazer, remete à sua mão...
Três dias atrás, cuidava daqui...
Fervia o leite,
Me aquecia com teu colo.
Esse cabelo curto, por sobre as orelhas.

Nada restou de ti...
Só gosto em minha boca,
Só o rosto em meus pesadelos...

O seu avental, ali fora...
Florido, distante de mim...
Me avisa, me alenta.

quarta-feira, junho 11, 2008

Desejo Desconhecido

Durante a tarde ociosa,
Veio a vontade do desconhecido.
Um contato qualquer, perdido...
O motivo não era nobre.

Os meios justificam o sorriso...
Meigo, cerrado... Quase sem razão...
Uma armadilha pro navegante,
Aquele que busca coisas menores.
Com o jeito de suprir seu estoque.
De coisas grandiosas...

Não existe amargura,
Amarga não é sua pele,
Doce seiva, que não é minha...
O outro dono foi no alto do rio cinza,
Como você disse há 40 minutos,
Seria ele, o tutor de seu nome íntimo.

Não eu, o usurpador, que tenta...
Em vão, seu sorriso aqui.

terça-feira, junho 10, 2008

Sílvia Saenz

Não queria a vida de antes,
Nem a do próximo roteiro...
Com quartos decorados,
Sentimentos profanados ao léu.
Falsos amores, falso suor.

O anti-herói, sua atuação fora de linha.
Queria mais, queria o velho doente...
Dando-lhe textos geniais...
Na escatologia declarada por toda a tela...
Segue firme... Sempre diz ser o último.

Mas aumentarão o cachê...
Na próxima vez?

segunda-feira, junho 09, 2008

Sala de Espera

Vê-la fraca, nua de força...
Nada bom foi, nada apenas...
Queria poder cuidar,
Prestar o socorro que precisa.

Impotente, preocupado,
Vítima do tempo de espera,
Por notícias boas, que mais tarde...
Apareceram, dizendo que a bonança,
Havia chegado no último trem...

Hoje tão linda tão serena...
Você me disse “bom dia”.

quarta-feira, junho 04, 2008

A Beleza

A dos olhos tristonhos,
Do pescoço esguio, que busca o aconchego...
De mãos rijas, mas macias no toque.

Pode-se trocar pelo tom claro dos dedos,
Finos, delicados.
Que falam por si, com vida própria...
Como o sorriso firme,
Que não canso de citar...

segunda-feira, junho 02, 2008

Olhando Você

O temor, envolto na casca de ovo...
Temo o que temo sentir,
Temo a teimosia de temer o desconhecido.
Mas hoje você veio de botas,

Veio mais elegante do que ontem,
E menos do que amanhã...
Menos que tudo, sendo amanhã
A realidade de hoje...
Mas temo assustar você,
E seu sorriso ímpar...

Com minhas falas, sempre longe.